Prefeito Gilberto Brito: potencial mineral é antigo
O Vale do Paramirim, um conglomerado que abrange diretamente mais de 12 municípios entre o Sudoeste e o centro da Bahia, é o novo eldorado mineral da Bahia. A Companhia Bahiana de Pesquisas Minerais (CBPM) vislumbra a exploração de reservas de 2 bilhões de toneladas de um mix que inclui ferro, grafeno, zinco, cobre e fosfato.
A ideia depende da viabilização da Fiol, mas, otimista, o vice-governador João Leão, também secretário de Desenvolvimento Econômico, vislumbra um tempo novo numa das regiões mais pobres do Estado.
— Esses projetos vão inaugurar uma nova era na Bahia, como o Polo de Camaçari foi na década de 70.
Emprego — A iniciativa vem no vácuo da Vale do Rio Doce, que deixou de produzir 7 milhões de toneladas de ferro após o desastre de Brumadinho. Gilberto Brito (PSD), prefeito de Paramirim, diz que o município produz hoje pedras ornamentais com seis mineradoras. Elas são tiradas de lá e lapidadas no Espírito Santo.
— Hoje vale mais pelo que gera de emprego, em torno de 200. De impostos, não. Foram R$ 500 mil em 2016 e R$ 200 mil ano passado.
Ele conta que o potencial mineral regional é velho, remonta à origem da própria povoação da área, com os bandeirantes, que chegaram em Jacobina e de lá para o Vale do Paramirim, onde tiraram ouro do Morro do Fogo, em Érico Cardoso, a 12 km de Paramirim. Se acontecer...
Camamu, um caso atípico
Camamu, no Baixo Sul, virou caso único na história eleitoral do Brasil. Semana passada o TSE cassou o registro da prefeita Ioná Queiroz (PT) e marcou nova eleição, mas a própria Ioná é candidata.
É possível, segundo o deputado Rosenberg Pinto (PT), porque Ioná foi cassada em 2011 com cinco anos de inelegibilidade. Em 2016, ainda faltava um mês para completar os cinco anos, motivo da cassação do registro agora.
Mas hoje ela está limpa.
Furdunço no ninho tucano
A pretensão do ex-deputado João Gualberto, presidente estadual do PSDB, disputar a Prefeitura de Salvador em 2020, não vai ser algo tão manso e pacífico para se materializar, sé é que vai.
O deputado estadual Paulo Câmara (PSDB) diz que Gualberto nunca teve nada a ver com Salvador.
— Cadê a legitimidade? David Rios, que teve 36.548 votos em Salvador, eu com 16.592 e Tiago Correia com 15.437 temos mais que ele.
Bacelar fica com a Adab
O Diário Oficial de ontem publicou a nomeação de Maurício Bacelar, irmão do deputado federal João Carlos Bacelar (Pode) para o comando da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).
Bateu mal em Alagoinhas. Bruno Almeida, o presidente demitido, era indicado de Paulo Cézar, ex-prefeito de Alagoinhas, que deu 4.681 votos a Bacelar lá.
No tititi municipal dizem que João Bacelar traiu o amigo Paulo César.
Sobre bancos suíços e os nossos ladrões protegidos
Dias atrás, criticando o decreto que flexibiliza o porte de armas, escrevemos aqui que a caminho da civilidade plena estão o Japão, que ainda resiste em proibir a matança de baleias, e a Suíça, onde jogar uma baga de cigarro no chão significa multa, mas acoita nos seus bancos nossos ladrões de alto coturno.
Lá da Suíça, um baiano que mora em Zurique mandou nos dizer que ele trabalha num banco e foi contratado justamente para rastrear a origem do dinheiro de brasileiros que depositam lá.
Sugere que os suíços estão querendo limpar a ficha deles, não? Nada. As medidas foram adotadas após o atentado de 11 de setembro de 2001, nos EUA. O jogo é contra terroristas. Nossos ladrões entram na história de lambuja.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Gosto pela voz
1992. ACM governador, queria porque queria rejeitar as contas de Nilo Coelho, o antecessor, relativas ao ano anterior, 1991 mas havia um entrave.
Naquele tempo as eleições aconteciam em novembro, mas a posse só se dava em março. ACM foi eleito em novembro de 1990, mas só tomou posse em março de 1991.
Como rejeitar as contas de Nilo se ele só ficou três meses de 1991 e o resto do ano era do próprio ACM?
ACM não queria nem saber. Passou a ordem:
— Se virem!
O relator era Adhemar Bento Gomes, que nos deixou esta semana.
O relatório foi um relambório, que Adhemar começou a ler duas da tarde e varou a noite, incômodo geral, conselheiros fazendo lanche no plenário. Finalmente saiu o parecer como ACM queria, foram informá-lo.
— Pronto governador. O pedaço de Nilo rejeitado e o seu aprovado.
E ACM:
— Poderia ter sido bem mais rápido se o Adhemar não gostasse tanto de ouvir a própria voz...