As regras mudaram e evidentemente isso vai alterar os cenários
Dizem que no Brasil só se pensa em eleição, e tem a ver. Os eleitos do ano passado tomaram posse em janeiro, agora o papo é 2020, onde se vai, nos quatro cantos do País, na Bahia também, só se fala em política.
Claro que 2020 tem ingredientes novos. As regras mudaram e evidentemente isso vai alterar os cenários. Veja as principais mudanças:
1. Filiação – Antes a lei exigia o prazo de um ano, agora são seis meses, o que quer dizer que só a partir de abril os atores estarão definidos sobre como irão às urnas.
2. Coligações – Estão proibidas nas proporcionais. Antes, os eleitos eram definidos pelo número de votos válidos dividido pelo número de vagas preenchidas por cada coligação. Agora, é por partido, o que vai forçar cada agremiação a lançar candidatos a prefeito, para puxar voto.
3. Vagas – Cada partido terá o direito de lançar um número de candidatos a vereador 150% a mais do que o número de vagas na Câmara. Vai chover candidato.
4. Caixa-três – Estão proibidas doações de empresas, agora só pessoas físicas, mais o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, dinheiro público. Dizem que antes tinha o caixa-dois, agora o caixa-três, dinheiro de traficantes e agiotagem de ciganos ganham força.
A urucubaca rondou Ipirá
Definitivamente Ipirá pegou urucubaca da pesada nas urnas de 2012. A médica Ana Verena (PSD), eleita prefeita, renunciou um mês após a posse. O vice, Ademildo Almeida (PP), também médico, assumiu e afastou-se em abril de 2015 para tratar-se de um câncer no estômago, que acabaria o matando no ano seguinte.
Aníbal Aragão (PRP), que era o presidente da Câmara e governou até o fim, morreu ontem num acidente de carro. A consternação é geral.
Leão mais uma semana fora
João Leão (PP), vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, ainda vai ficar esta semana fora do governo. Está em casa, após ter recebido alta sexta passada, mas só retoma as atividades na próxima segunda.
Diz que, assim que voltar, vai focar na inauguração da usina de açúcar e álcool de Muquém do São Francisco.
– A Bahia importa 90% do álcool que consome; 52% vêm de São Paulo, o resto do Nordeste. Vou virar esse jogo.
Barragens, a comissão zero
Instalada em fevereiro, logo após o desastre de Brumadinho, a Comissão de Barragens da Assembleia, presidida pelo deputado Eduardo Alencar (PSD), mais uma vez deu chabu. Transferida das quartas pela manhã para as segundas à tarde, ontem, no primeiro dia em tempo novo, tudo como era dantes, faltou quórum.
Na real, ela foi engolida pela Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo deputado José de Arimatéia (PRB). E perdeu o sentido.
Alex da Piatã: ‘João Sá vê muita água, mas não tem’
Lembra do rompimento da barragem do Quati, em Pedro Alexandre, que no início do mês passado inundou Coronel João Sá? Veja a ironia: naquele ponto da Bahia, antes e agora, com seca ou com enchente, o abastecimento de água é feito com carros-pipa, por um detalhe elementar: a água potável não chega. Quem puxa o assunto é o deputado Alex da Piatã (PSD), para salientar que aquela região da Bahia enfrenta esse problema há muito tempo e ainda espera soluções:
– O prefeito Carlinhos Sobral (MDB, de Coronel João Sá) me disse que não quer sair da emergência senão vai perder os carros-pipa do governo e do Exército. É muita pobreza naquela área. É irônico, mas a tragédia nos ajuda a olhar isso com mais atenção.