Em 2020, serão as primeiras eleições com financiamento público e a verba prevista no Fundo Eleitoral é de R$ 2,5 bi
O prazo para a definição de regras para as eleições de 2020 fechou sexta, um ano antes. Agora, resta preparar os times e botar em campo. E o cenário que se vislumbra no horizonte é de tempo fechado.
Veja a previsão do tempo numa avaliação simplória. Serão as primeiras eleições com financiamento público e a verba prevista no Fundo Eleitoral é de R$ 2,5 bilhões. Tomando como base 2016, quando tivemos 16.565 candidatos a prefeito nos 5.568 municípios e 481.783 a vereador (disputando 57.434 vagas), um rateio primário daria para cada candidato R$ 5 mil.
Surreal — Ano passado, o primeiro em que doações de empresas foram proibidas, tivemos R$ 1,7 bilhão para ratear entre 13 candidatos a presidente, 202 a governador, 358 a senador, 8.588 a deputado federal e 18.722 a estadual, o que deu, um rateio por cabeça, quase R$ 61 mil para cada.
Para 2020, as próprias regras indicam o surrealismo no financiamento público. Preveem que em municípios com menos de 10 mil habitantes o limite de gastos para prefeito não pode passar de R$ 108 mil, e para vereador, R$ 10,8 mil.
Óbvio que levam-se em conta as doações de pessoas físicas. Os demais vão depender de uma tabela, ainda em elaboração pelo TSE, com base nos gastos declarados de 2012, atualizados.
Mas um fato já é claro. Tem tudo para dar errado. Na prática, a pretexto de moralizar, com o efeito Lava Jato, escancarou-se as portas para o caixa-3 (leia-se ciganos, traficantes e afins).
Leo Prates com um pé no PDT
Leo Prates, deputado estadual licenciado e secretário da Saúde em Salvador, acaba de voltar do Ceará, onde foi conhecer experiências na área de saúde, e lá se encontrou com Ciro Gomes, que mais uma vez o convidou para o PDT.
É simpático à ideia, mas deixou claro que os caminhos dele passam por ACM Neto. Ciro entendeu. Pensa em 2022. Entre os baianos do partido, dos dois federais, Félix Júnior pende para Rui Costa e Alex Santana, para Neto.
Um presídio no chocolate
Já com um desgaste estratosférico, daqueles que se não chega a Marte passa da Lua, Marão (PSD), prefeito de Ilhéus, quer dar um presente à cidade. Anunciou a intenção de desapropriar um terreno para a construção de um presídio bem no começo da rota da Estrada do Chocolate, um roteiro turístico que o governo quer fazer. O caso foi denunciado pelo deputado Pedro Tavares (DEM), com a ressalva:
– E olhe que na área em apreço já tem um lixão.
Guilherme na moita de 2020
E o ex-prefeito Guilherme Menezes, de Vitória da Conquista, está mesmo disposto a voltar em 2020? Ele dá sinais de que não e que sim. Não apareceu na convenção do PT. Alegou que está com as mensalidades atrasadas. Mas lidera as pesquisas e circula na cidade como quem quer. Palavra com o deputado Zé Raimundo (PT), que espera Guilherme para ver como fica:
– No embalo de Irmã Dulce ele pode ir. Está esperando a procissão.
Um + um é sempre mais que uma brinquedoteca
Depois de ter montado brinquedotecas na Penitenciária Feminina e na Delegacia da Mulher, em Brotas, o projeto social ‘1+1 é sempre mais que dois’, ONG da secção baiana do Grupo de Mulheres do Brasil, que age em parceria com a escola Concept e a OAB-BA, vai inaugurar mais uma amanhã (11h) na Base Comunitária da PM em Santa Cruz.
Bárbara Trindade, que pilota o projeto, diz que a ideia é bastante simples:
– Tirar das crianças a problemática desses ambientes quando as mães estiverem lá.
Ela diz que já montou uma também na Maternidade Albert Sabin e a ideia agora é levar para todas as maternidades.
– A ideia é tão simples quanto eficaz.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
A brincadeira
Conta Daniel Almeida, deputado federal, hoje coordenador da bancada da Bahia em Brasília, que Sílvio Costa, também deputado federal, do PTB de Pernambuco, contou-lhe que certa feita estava diante de uma liderança negociando apoio. A conversa:
– Então, meu amigo, quantos votos você acha que pode me dar e quanto isso vai custar.
– Uns mil votos.
– E quanto você acha que vai gastar nessa campanha?
– Vai custar aí em torno de R$ 1 milhão.
– R$ 1 milhão por mil votos? Está pouco. Dobre. E o que mais?
– Mais dois carros de som. Aí fica bom.
– Dois carros de som? É pouco, dobre. E o que mais você quer?
– Mais ou menos umas 50 pessoas para trabalhar na rua, na campanha...
– 50 pessoas para fazer mil votos? Bote 100.
A liderança desconfiou:
– Deputado, o senhor está brincando comigo?...
E Sílvio:
– Quem começou a brincadeira foi você.