São Francisco, Nilo Peçanha: padroeiro em dose dupla | Foto: Levi Vasconcelos | Ag. A TARDE
Ano 1988, na disputa eleitoral em Nilo Peçanha, no baixo sul, duelavam Antônio Galdino e Jaime de Rosário. No povoado de São Francisco, cujo padroeiro é São Francisco, obviamente. Reza a tradição que a imagem do santo sai da sede, desce o rio das Almas e chega ao povoado de barco, o povo pega e leva em procissão até a igreja.
Naquele ano, disputa eleitoral em plena efervescência, partidários de Galdino e Jaime na hora da chegada do santo sobrecarregaram ponte de madeira, que não aguentou, quebrou, maré seca, todo mundo na lama. A única vítima fatal foi São Francisco, cuja imagem bateu numa pedra.
Dia seguinte Galdino e Jaime chegaram cedo, cada um com um santo novo. E quem vai botar no altar? Impasse criado, chamaram dom João Nilo, bispo de Amargosa, para resolver. Enfim, Galdino propôs:
– Dom Nilo, quem ganhar bota o santo no altar. O senhor sabe que a voz do povo é a voz de Deus.
Dom Nilo aceitou com ressalvas, não tinha jeito. E, afinal, qual o foi o santo que prevaleceu? Aproveitamos as férias, fomos lá matar a velha curiosidade, tendo como anfitrião o prefeito Carlos Azevedo (PP), que nos apresentou Paulo Sérgio Silva, pescador, o homem que toma conta da igreja.
– Ficaram os dois. Aqui a tradição é que no novenário o santo dorme em uma rua. Então ficou assim, um vai para as ruas e outro para a procissão.
– E quem vai para a procissão, o de Galdino ou o de Jaime?
– Sei lá. Eles são gêmeos.
CVC de olho na terra mater
Guilherme Paulos, fundador e dono da CVC, a maior agência de viagens de lazer do mundo, deu entrevista na IstoÉ Dinheiro detonando a Costa do Descobrimento.
– Em Gramado, por exemplo, há padrão nas construções. Em Porto Seguro, cada um faz o que quer. Não há sequer um padrão nos espaços, nas lojas.
Ele diz que Porto Seguro recebe muitos visitantes porque ‘brasileiro adora sol e mar e é mais econômico’.
PT festeja os seus 40 anos
A Assembleia fará sessão especial segunda (16h) para festejar os 40 anos do PT. Serão homenageados Alcides Modesto, de Paulo Afonso, primeiro deputado do partido na Bahia, e José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras.
A sessão seria pela manhã. Mas Rui Costa quer ir e tem agenda no interior, foi transferida para a tarde.
Os 10 deputados do PT na Assembleia (três mulheres) usam Lula no sobrenome.
Antônio Brito encara Jequié
Há algo de novo na política de Jequié, a terra dos ex-governadores Lomanto Júnior e César Borges, segundo o deputado Euclides Fernandes (PDT): o deputado federal Antônio Brito (PSD) está ostensivamente no município e admite ser candidato a prefeito.
Lá, o deputado estadual Zé Cocá (PP), ex-prefeito de Lafaiete Coutinho, imperou o ano passado inteiro. Sabe-se que Brito joga para tomar as rédeas, só não se sabe se com ele ou outro.
Zé Ronaldo, maior eleitor de Feira, permanece calado
Zé Ronaldo, o prefeito de Feira de Santana que em 2018 renunciou ao mandato para disputar o governo, venceu a eleição lá e ainda é tido como um dos grandes eleitores do município, está calado. Passou o bastão para o vice, Colbert Martins (MDB), que agora, embora desgastado, é candidato à reeleição e tem no encalço o deputado estadual Targino Machado (DEM), com quem tem uma convivência mais protocolar do que amistosa, mas não diz nada sobre a eleição.
– Estou analisando o cenário. Tem umas coisinhas a resolver, mas se eu falar agora mais atrapalha do que ajuda.
Ronaldo diz que lá para o final de fevereiro ou princípio de março terá tirado suas dúvidas. É quando entrará em campo, sabe-se lá com quem.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Suavemente
Conta Sebastião Nery que José Maria Alkimin (vice-presidente de Castelo Branco, ministro da Fazenda de Juscelino Kubitschek e deputado federal por Minas Gerais), trabalhou como advogado de um crime bárbaro. No júri, conseguiu oito anos para o réu. Decidiu recorrer, o réu chiou:
– Não recorra, doutor. Deixe como está.
Recorreu. Novo júri, a pena subiu para 30 anos, o réu ficou desesperado:
– A culpa foi do senhor, Dr. Alkimin. Eu pedi para não recorrer. Agora vou passar 30 anos na cadeia.
– Calma, meu filho, não é bem assim. Nada é como a gente pensa da primeira vez. Primeiro, não são 30, são 15. Se você se comportar bem, cumpre só 15. Depois, estes 15 anos são feitos de dias e noites. Quando a gente está dormindo, tanto faz estar solto como preso. Então, não são 15 anos, são 7 e meio. E, por último meu filho, você não vai cumprir esses 7 anos e meio de uma vez só. Vai ser dia a dia, dia a dia, pagando suavemente.
Saiu escoltado.