O governador e o prefeito estiveram no circuito Dodô na abertura da festa | Aditlton Venegeroles e Felipe Iruatã | Ag. A TARDE
Diz Henrique Carballal (PV), o vereador que pretende gorar o arrastão da Quarta de Cinzas, que muito mais do que manter arrastão o foco deveria ser a preservação do Carnaval do circuito Osmar, o Campo Grande, o berço do glamour na folia de rua em Salvador.
Talvez sim. O Campo Grande vem dando sinais de decadência, pelo menos no glamour, começando por Daniela Mercury em 1991, quando deixou de ir lá para se dedicar só ao Barra-Ondina, ou circuito Dodô. E tudo indica que ACM Neto, o piloto maior da festa, e Rui Costa, o copiloto, se contaminaram com a onda.
Mudanças — Certo que em 2015 Daniela voltou ao Campo Grande com pompas de rainha para matar as saudades, mas ficou nisso, reverenciar a história.
Anteontem, na primeira noite de folia, Rui Costa subiu no trio de Bell Marques, na Barra, e lá botou o pé no palco. E ACM Neto, que sempre entregou as chaves da cidade ao Rei Momo no Campo Grande ou no Centro Histórico, este ano o fez na Barra.
A contribuição governamental também é visível. Já é o segundo ano que o governo não instala no Campo Grande o seu camarote oficial.
Ora, antes, com os camarotes do governo e da prefeitura de Salvador formavam uma convergência de políticos de todos os matizes, com o tempero de artistas, globais inclusos, circulando no trecho. Nem isso é mais a mesma coisa. O Campo Grande tem que ser repensado, não abandonado.