Luciana, alegria no Carnaval, ainda sem saber do corona | Foto: Rildo Santana | Divulgação
Se é que o ano na Bahia começa depois do Carnaval, como dizem, 2020 se inicia para Luciana Santos da Silva, soteropolitana de 33 anos, com péssimos sinais.
Ela é casada há mais de três anos com o italiano Hugo Sica e mora em Gênova, na Itália. Para chegar em casa, já está de passagem comprada para o dia 17, pega um voo até Madri e de lá para Milão, de onde gasta duas horas até o destino.
A questão: é justamente na Lombardia, cuja capital é Milão, que está o foco de coronavírus que atazana a vida da Itália. E lá já sabe que vai achar um cenário de terra arrasada, o oposto da folia.
Máscaras — Luciana conversou longamente com o marido e ele deu uma informação e fez um pedido.
A informação: trancado em casa, está sendo obrigado a usar máscara o tempo todo.
O pedido: levar mais máscaras do Brasil porque lá está começando a faltar.
Aliás, o painel de um modo geral é tristonho:
– Em Milão, por exemplo, os supermercados estão vazios. Todo mundo se abasteceu e se trancou. São cenários tristes, bares e restaurantes fechados, ruas desertas, como se as cidades estivessem mortas.
Ela diz ter lá os seus receios de sair de Salvador, do ponto de vista do corona uma zona de alto conforto, para encarar Gênova, mas tem que ser.
– Tenho que ir, meu marido está lá. E a única coisa que posso fazer é levar as máscaras.
João Henrique encara Feira
Após duas experiências desastradas, quando disputou a Câmara de Salvador pelo PR e teve escassos 5.248 votos e o governo em 2018 pelo PRTB, o partido do vice Mourão, e teve 38.960 (0,58%), o ex-prefeito João Henrique está a toda para disputar a prefeitura de Feira de Santana, terra dele.
Mas tudo indica que ele não é mais defensor incondicional de Bolsonaro, como foi em 2018. Mudou de partido. Está no PROS.
A ‘parentaia’ no olho da rua
A prefeita Lôra Pontes (PRP), de Cândido Sales, lá na divisa com Minas, demitiu por ordem judicial, de uma só canetada, uma série de parentes, dela e do vice, Murilo das Virges.
Entre eles: Eduardo Oliveira Pontes, secretário de Desenvolvimento, irmão; Silvana Oliveira Santos (secretária de Desenvolvimento Social), cunhada; Érica Pontes Lima Suzart (secretária de Saúde), sobrinha. Isso em ano eleitoral é nitroglicerina pura.
Campo Grande, eis a questão
Igor Coelho, leitor, na contramão da grande maioria dos aficionados do Carnaval de Salvador, que lamenta diuturnamente o esvaziamento do Campo Grande, muito pelo contrário, vê isso com bons olhos. Fala ele:
– O Campo Grande é o nosso Central Park, tão filmado em Nova York. É o nosso Bois de Boulogne, tão visitado em Paris. E vem sendo depredado por seguidas festas e multidões. O estrago fica lá visível.
Coronel Ancelmo diz que o Barra-Ondina está lotado
Ao dar um balanço sobre o Carnaval, o Cel. Ancelmo Brandão, comandante da PM baiana, admitiu que no decorrer da festa teve que mudar a estratégia, o que revela dois fatos:
1 – Teve que relocar policiais antes previstos para trabalhar no Campo Grande para a Barra, sinal de que o velho Campo Grande definha a olhos nus.
2 – As autoridades de segurança estimam que em Salvador 11 milhões de pessoas foram às ruas nos dias de festa. A grande maioria obviamente foi para a Barra.
O coronel diz que a situação preocupa:
– O Barra-Ondina também tem que ser repensado. O espaço não cabe tanta gente. E é óbvio que isso dificulta o trabalho policial.
REGISTROS
Xô, folia
A decisão do prefeito de Ilhéus, Marão (PP), de não realizar o Carnaval deste ano irritou profundamente a cidade, principalmente o trade turístico, que mais perdeu. Dizem lá que Marão tenta recuperar o público evangélico, que em 2018 abandonou e derrotou a mãe dele, a ex-deputada Ângela Sousa.
Pré-micareta hoje
A folia acabou em Salvador, mas Sarajane e a dupla Outros Baianos (Janno e Tanny Brasil) realizam hoje na praça de alimentação do Shopping Avenida, em Feira de Santana, o Carna Retro. Ou é extensão do Carnaval ou uma prévia da micareta, que acontece de 23 a 26 de abril.
A cobra da folia
No animado Carnaval de Porto Seguro um caso inusitado: uma enorme sucuri de sete metros e 110 kg, no centro da cidade, foi resgatada por policiais da Cippa e Bombeiros.
Não é não
A prefeitura de Maraú aproveitou o embalo do Carnaval para lançar a campanha Não é não, contra o assédio sexual a mulheres. Além da folia, na sede, o recado chegou também à Península de Maraú, com Barra Grande e Itaipu de Fora, seus dois points, lotados no Carnaval.