Jouyson, de Utinga: ‘Está tudo bem, mas é só aparência’ | Foto: Levi Vasconcelos | Ag. A TARDE
A chuvarada que atinge o Brasil causa estragos por aí e vem até matando gente no país, causa alegria no sertão e também serve para afogar conflitos pela água, cada vez mais frequentes, em vários pontos do país.
Até dezembro do ano passado o rio Utinga, na Chapada Diamantina, estava com 30 dos seus 80 quilômetros ao longo dos municípios de Utinga, Wagner, Andaraí, Lençóis e Lajedinho literalmente seco. Acusação dos sem água: acima, a irrigação irregular suga tudo. E a coisa ganha clima de guerra.
Na espera — O primeiro conflito lá foi em 2012 e, de lá para cá, só se ampliou, na medida em que a produção de frutas em plantios irrigados também cresceu. O prefeito de Utinga, Jouyson Vieira (PSB), se diz descrente sobre soluções para o caso:
– Choveu, aparentemente está tudo bem. Mas o fato é que a construção de barragens e poços artesianos, providências que deveriam estar sendo implementadas, não acontecem. Então não está tudo bem.
Em 2015 o Inema realizou estudo e apontou que o rio Utinga tem um déficit hídrico, óbvio. O Ministério Público, que acompanha o caso por meio da Promotoria de Justiça Regional Ambiental do Alto Paraguaçu, com sede em Lençóis, diz que tem mais usuários do que o rio suporta. Há milhares de pontos de captação, mas o estado só deu outorga a 30. Ou seja, não há controle. Então, até a próxima briga.
Mangabeira, a aposta do PSOL
Prefeito de Governador Mangabeira por dois mandatos, entre 2001 e 2008, Antônio Pimentel está de volta à cena. Vai encarar a disputa este ano contra o prefeito Marcelo Pedreira (PP) e a ex-prefeita Domingas (PT).
Óbvio que, se esse cenário se configurar, é um jogo trincado entre os três, mas Pimentel faz a diferença por um detalhe: é do PSOL.
Em miúdos, o PSOL tem em Mangabeira uma rara candidatura competitiva.
Badaró com o corona na Fieb
O professor Roberto Badaró, referência internacional em infectologia e pesquisador-chefe do Instituto Senai de Inovação em Saúde, vai dar palestra na Fieb segunda (16h) sobre o coronavírus.
Ontem na Rádio Metrópole ele falou sobre o primeiro caso confirmado de corona na Bahia, em Feira de Santana.
– As pessoas têm que evitar a epidemia virtual, o pânico. Não é porque apareceu esse caso em Feira que toda a Feira está contaminada. Não, não está.
Presente de Lídice ao TCA
Na semana que comemorou 53 anos, o Teatro Castro Alves, uma das joias principais na cultura de Salvador, recebeu um presente bastante comemorado.
A deputada federal Lídice da Mata (TCA) botou R$ 200 mil, por meio de emenda parlamentar, para o equipamento. Os recursos devem ser aplicados via Fundação Cultural do Estado.
Lídice diz que a cultura faz parte do seu mix. No conjunto, já destinou R$ 6 milhões.
No Velho Chico, alegria do irrigante aos ribeirinhos
Quem também anda de sorriso largo com a chuvarada deste início de ano é o deputado Zó (PCdoB). Barranqueiro de Juazeiro que acompanha o dia a dia dos humores do rio São Francisco, ele diz que vai tudo correndo tão bem como raramente é visto:
– Sobradinho está com 51% da sua capacidade e sobe 1% ao dia. Três Marias, lá em Minas, está com 95% e tendo que escancarar as comportas porque está recebendo muita água. Só vimos isso nos últimos tempos em 2011.
Zó diz que a fartura de água estabiliza o agronegócio, todo dependente da irrigação, para a geração de energia e pescadores de modo geral:
– É peixe, muito peixe, parece que a água vem trazendo o peixe. Eu mesmo tô indo pescar.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Tabaco
Conta Pedro Marcelino, ex-prefeito de Alagoinhas, no livro Alagoinhas – O que a memória guarda, que lá um dia se candidatou a vereador um cidadão de nome Tabaco.
Virou sensação, até pelos slogans que ele adotou: Vai dar Tabaco, Tabaco todo mundo gosta, Vou de Tabaco.
Hora da apuração. Era no tempo em que o voto era riscado no papel (as urnas eletrônicas começaram em 1996). Lá uma hora apareceu um voto: xibiu. ‘Voto nulo!’, gritaram. Ele contestou, foi à juíza:
– Doutora, o voto é meu.
– Não, senhor. O voto não é seu.
Apareceu outro voto: Xoxota. De novo discussão, de novo na juíza, que cortou a conversa:
– Senhor, o voto não é seu e não me venha mais aqui questionar isso.
Fim da apuração, teve 200 votos, perdeu. E alguém perguntou-lhe:
– E aí, Tabaco, como foi?
– Fui o mais votado, mas fui garfado.
Puxava um papel do bolso e mostrava.
– Olhe aqui. Foram 200 em Tabaco, 150 em xibiu, 130 em xoxota e 190 em b…