Duas decretaram turnão, mas quase todas restringiram o acesso de público | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
Seis assembleias das 27 do país paralisaram totalmente as atividades, algumas, como Goiás, por 15 dias, outras, como Tocantins, por uma semana. Duas decretaram turnão, mas quase todas restringiram o acesso de público. E 100% acham que algo tem que ser feito.
O balanço aí é dado pela deputada Ivana Bastos (PSB), a baiana que preside a União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale). E ela diz que o caminho adotado pela Assembleia da Bahia é apenas uma opção num cenário ruim:
– Fazer política sem povo é meio que tentar reinventar as relações humanas. Mas acreditamos que isso é transitório.
Divergências — A decisão sobre a Assembleia baiana foi concorrida. Trinta e cinco deputados estavam lá, 21 falaram. Duas propostas: fechar por 15 dias ou decretar o turnão com restrições. Acesso externo? Só da imprensa.
É algo simplesmente nunca visto no parlamento baiano. Pelos registros, por lá passam cinco mil pessoas por dia, e duas mil delas são habituais frequentadoras dos restaurantes. É coisa relevante.
É gente de todos os cantos políticos dos estados, nacionais, empresários ou participantes de seminários do auditório ou debates nas comissões, tudo proibido.
Nelson Leal (PP) conduziu o encontro de forma a amenizar as divergências entre colegas atiçados entre as duas propostas. Evitou a votação em nome do interesse público. E uniu a casa, na dor.
Mirela, a primeira vítima do corona na pré-campanha 2020
A deputada estadual Mirela Macedo (PSD) faria uma festa para mais de duas mil pessoas sexta que vem em Itinga para lançar a pré-campanha dela como candidata a prefeita de Lauro de Freitas. Cancelou tudo. Motivo, o corona.
– Não tinha como sustentar. Agora vamos aguardar adiante. Pré-campanha eu sei que não mais será.
Eis a questão: diz o ex-deputado Reinaldo Braga que política e corona não se combinam. Política exige tapinhas nas costas, abraços, beijos, reuniões e comícios; e o corona, o isolamento. Pense aí o corona num ano eleitoral?
Por aí, Mirela entra no jogo 2020 como a primeira vítima do corona, ao cancelar um ato político por precaução.
Ou quase. Ontem ela coletava depoimentos entre colegas em favor da candidatura dela. Ao falar com Diogo Coronel (PSD), filho do senador Ângelo Coronel, foi avisada:
– Ele teve com o pai!
Mesmo assim, quis.
Rui ainda com agenda normal
Se a Assembleia, o TJ e tudo mais está ajustando suas agendas para encarar os tempos de corona, o governador Rui Costa também deveria fazer o mesmo, do ponto de vista pessoal.
Ontem na Assembleia deputados governistas comentavam que Rui foi a Brumado ontem autorizar o início das obras da Policlínica e aglomerou gente, a começar pelo espaço no toldo que serviu de palco.
É questão de ajuste.
Quitéria de volta à cena, desta vez em Entre Rios
Maria Quitéria, que nos tempos de Jaques Wagner no governo era prefeita de Cardeal da Silva e imperou na União dos Municípios da Bahia (UPB), está de volta à cena.
Ela lançou o nome em Entre Rios, o município mãe de Cardeal, para enfrentar o prefeito Elízio Simões (PDT). Ontem, ela estava conversando com o empresário Joaquim Mascarenhas, que em 2016 disputou e ficou em terceiro com 18% dos votos (contra 42% do eleito), e as chances de os dois saírem juntos nas urnas são grandes.
– Estamos aí. Cardeal e Entre Rios são municípios coirmãos, Cardeal se emancipou de Entre Rios, de onde eu sou. Nós estamos precisando mudar o prumo. Se o aquífero é o mesmo, por que cervejaria só em Alagoinhas?