Otto: “O Brasil vai aguentar isso mais dois anos?” | Foto: Luciano Carcará | Ag. A TARDE
O senador Otto Alencar (PSD), que antes fazia coro com as principais lideranças do Congresso contra a possibilidade do impeachment de Bolsonaro nas atuais circunstâncias, com a Covid aniquilando vidas e CNPJs, refluiu depois da divulgação da famosa última reunião ministerial com Sérgio Moro.
— Eu pedi ao ministro Marco Aurélio de Melo (STF) que envie ao Senado uma cópia do vídeo. Se ficar provado que ele quis interferir na PF para proteger os filhos, como tudo indica, aí é coisa muito grave, é crime de responsabilidade. Ele quer mesmo é proteger os filhos de envolvimento com milícias e coisas assim.
Crises — Um eventual processo de impeachment agora, segundo Otto, seria danoso, pelo momento, para o país. Acresça-se a isso que em 30 anos de redemocratização, já viu os impeachment de Collor e Dilma, crises políticas pesadas com FHC e Michel Temer.
— Ninguém quer impeachment, mas chegou a um ponto que quem sustenta ele é o corona. O problema é que ele (e filhos) é o principal produtor de crises. Não está nem aí para a morte de ninguém, todo dia é um problema novo. Eu me pergunto: ele só tem um ano e quatro meses de governo. O Brasil vai aguentar isso mais dois anos e oito meses?
Só para completar, o corona ajuda Bolsonaro também com a proibição da manifestações (que o time dele não obedece). Mas na pesquisa CNT/MDA divulgada esta semana rejeição disparou. Foi de 32 para 43%.
Cleidiana Ramos: ‘‘O problema do 13 de Maio é o dia seguinte”
Por que o 13 de Maio, Dia da Abolição da Escravidão, é completamente desprezado pelos movimentos negros de Salvador, como ontem?
Com a palavra a jornalista Cleidiana Ramos, doutora em antropologia e especialista em questões de negritude.
– A Lei da Abolição se resume a dois artigos. 1 - Está abolida a escravidão e 2 - Revogam-se as disposições em contrário. Os escravos eram tratados como bichos, alimentados pelos donos. Muita gente ficou sem ter para onde ir, não foi um ato planejado, por isso que se diz que o problema do dia 13 de Maio é o dia 14.
Diz ela que, além disso, o Brasil era o único país do mundo que ainda tinha escravidão, Dom Pedro II já velho, com princípio de Alzheimer, e a Monarquia na UTI.
– Aí veio a República, e iniciou o branqueamento com imigração de italianos, japoneses e alemães. Até hoje os negros estão atrás da reparação.
Ato da LDO será virtual
Walter Pinheiro, secretário de Planejamento da Bahia, ex-vereador, ex-deputado federal e ex-senador, alega que até pela trajetória, a deferência que tem aos parlamentos, faz questão de entregar solenemente o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
E vai, mas em tempos de pandemia, o ato solene será virtual, hoje, 14h, ao presidente da Assembleia, Nelson Leal (PP). A documentação formal será protocolada, é lógico, na versão em papel e em CD.
Confirmação de Covid-19 movimenta prefeitura
A notícia de que Kaio Moraes, chefe de gabinete de ACM Neto, testou positivo para a Covid provocou uma correria de auxiliares do prefeito rumo às clínicas, para fazer testes. O próprio ACM Neto, que admitiu o fato em rede social, fez e aguarda o resultado.
Leo Prates, secretário da Saúde, também fez e deu negativo, mas a família dele, irmãs e filhos, estão todos infectados. Mas alguns já dormiram tranquilos, como o jornalista José Pacheco Maia Filho, que fez o teste e deu negativo: ‘Tô fora’, festejou.
No meio do furdunço, uma pimentinha política: Bruno Reis, o vice de Neto e pré-candidato do DEM, anda sumido. E já perguntam na maldade: por que será?