Corona fica entre idas e vindas e comércio abre e fecha | Foto: Felipe Iruatã | Ag A TARDE
Seguramente 2020 vai merecer capítulos especiais na história de todos os segmentos, a maioria sobre coisas ruins das quais se tiram lições. É óbvio que prefeitos e vereadores pululam na fogueira (da Covid, ressalte-se). E por isso fica esse abre e fecha do comércio e o corona indo e vindo.
Veja Feira Santana, a segunda maior cidade da Bahia, situada no estratégico eixo rodoviário com conexões aos quatro cantos da Bahia. Lá teve o primeiro caso no estado. O prefeito Colbert Martins (MDB), que é médico, travou. Conteve a Covid, passou a sofrer pressão do comércio, cedeu. O corona voltou a pleno pique, brecou.
Tanto faz — A pressão do comércio é compreensível, a Covid está matando também muitos CNPJs. É questão de sobrevivência. E os prefeitos, como Colbert, que é candidato à reeleição, ficam nessa pressão: salvar vidas humanas e de CNPJs e ainda ganhar votos.
Assim também está Herzem Gusmão (MDB), prefeito de Vitória da Conquista. O terceiro maior município da Bahia levou a coisa no meio-termo, dia funciona um segmento do comércio, dia outro, e vai se dando bem.
Mas outros, como Fernando Gomes (PTC), de Itabuna, demonstram cansaço, como fez ao reabrir o comércio segunda.
– A gente fecha e não adianta, os números só sobem. Vou abrir.
Fernando, Fernando... Você já disse que vai disputar a reeleição, mas no dia 30 próximo completa 81 aninhos, viu?
Em Boquira, o vírus dá zoada
Tom de Vicente (PTN), presidente da Câmara de Boquira, está fugindo, mas do povo. É acusado de ter ido de madrugada pegar passageiros em Caturama, que vieram numa van clandestina de São Paulo, driblando a barreira sanitária.
Se Tom quis atender a pedidos de eleitores, saiu pela culatra. A reação contra o ato dele é pesada. Lá se diz que ele deve rezar muito para nenhum passageiro testar positivo. Porque se sim...
Esperneio dos municipalistas
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a União dos Municípios da Bahia (UPB) fizeram anteontem uma videoconferência para bradar mais uma vez o que já vem se dizendo, fazer eleição este ano, com pandemia, é loucura.
Estão pregando no deserto. Eures Ribeiro (PSD), presidente da UPB e prefeito de Bom Jesus da Lapa, diz que vários deputados federais e senadores foram convidados. Nenhum apareceu.
Camargo, o capitão do mato
Sérgio Camargo, o presidente da Fundação Palmares que chama o movimento negro de ‘escória’, já causou muitas e generalizadas indignações no movimento negro baiano, alguns chamando-o até de capitão do mato, a suprema ofensa para um negro.
Mas a jornalista Cleidiana Ramos, que acompanha as questões da negritude, diz que alguns passaram a entender que dar trela é fazer o jogo de Bolsonaro. Ok, mas o capitão do mato está mantido.
Tom, o único aliado de Dayane em Feira, dançou
A cassação, pelo TSE, do mandato do deputado Tom, que se elegeu pelo Patriotas, mas mudou para o PSL, se atingiu alguém no mundo político foi a deputada federal Dayane Pimentel (PSL), pré-candidata declarada a prefeita de Feira de Santana, principal base dos dois.
Tom é pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, advogado, cabo da PM e de quebra presidente do Fluminense de Feira, já foi vereador duas vezes e uma outra assumiu na suplência. Vereador no mandato em 2018, deixou passar o prazo de filiação alegando ser da PM. Se deu mal.
Ano passado ele ganhou o noticiário quando anunciou que levaria para o Flu o goleiro Bruno, o que matou Eliza Samúdio. A torcida feminina não aceitou ter como ídolo o assassino de uma mulher.