Senador relaciona atual situação da covid no Brasil às chacotas do presidente | Foto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE
Diz o senador baiano Otto Alencar (PSD) que o pandemônio em que a pandemia da Covid-19 se transformou tem muito a ver com o presidente Bolsonaro, que no início debochou, fez chacota.
Ele falava em relação ao malabarismo que Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, está tentando fazer para garantir a votação de autoridades, entre elas mais de 20 embaixadores, como manda o regimento, presencial e secreta.
A questão: como fazer isso se a maioria dos 83 senadores são idosos? Ele pensa em botar um totem na porta do Senado, ali pela Chapelaria (entrada), em que cada senador chegaria sem precisar entrar no plenário.
– Agora nós temos na capital do Brasil, na antessala do Planalto, no espaço que congrega as mais altas autoridades da República acuados pelo vírus. Triste.
Mortes — A ideia de Alcolumbre enfrenta outro entrave, quem quiser ir a Brasília vai ter que ir de carro. Avião não tem. O que dá ideia de quanto a Covid perturba. E diz que a postura presidencial foi decisiva para chegarmos a isso.
– Brumadinho, foram pouco mais de 300 mortos e chocou o Brasil inteiro. Agora com a Covid já se foram mais de 90 mil. É muita gente, muitos amigos sem adeus. Isso me comove muito, como médico e cidadão. E acho lamentável o descaso e a falta de sentimento do presidente. Ele tem o que chamam no interior de alma perversa.
A ressaca da visita no Piauí
Antes de chegar anteontem a Campo Alegre de Lourdes, Jair Bolsonaro pousou em São Raimundo Nonato, no Piauí, e depois da incursão baiana, de helicóptero, inaugurou obras no piauiense Coronel José Dias. Lá, ele disse que foi ‘sentir o povo’. E saiu dizendo-se satisfeito.
Mas ficou também um tique político. O senador Ciro Nogueira (PP) estava presente, enquanto o aliado, o governador Wellington Dias (PT), estava às voltas com a visita da PF.
Alba também espera agosto
Nelson Leal (PP), presidente da Assembleia, vai esperar até meados de agosto para avaliar se retoma as sessões presenciais, como querem alguns deputados, ou não.
Ele já disse que, caso reabra, as sessões serão mistas, presenciais e virtuais, porque não pode obrigar deputados idosos a irem.
Nelson vai lá todos os dias e cumpre um novo normal: só recebe uma pessoa por vez, a quatro metros de distância, e ar-condicionado zero.
Bate-chapa no Sindcontas
Joselito Mimoso se reelegeu para a presidência do Sindicato dos Contabilistas da Bahia (Sindicontas-BA), ganhando novo mandato de três anos.
A chapa dele, a Continuação, teve 97 votos contra 49 dados à chapa Renovação, encabeçada por Carlos Oliveira.
Ou seja, entre continuar no que está ou renovar, os contabilistas preferiram a continuidade. E Joselito surfa:
– Claro que venceu a continuidade explicitamente dita. Vamos em frente.
Pacheco e a Covid: ‘Foi uma experiência aterrorizante’
O jornalista José Pacheco Maia Filho, o Pacheco, 52 anos, secretário de Comunicação da prefeitura de Salvador, integra o time de auxiliares diretos de ACM Neto que já sentiram a Covid na pele. Ele saiu ontem da quarentena e admite que a experiência foi dramática:
– No meu caso, o que deu mal foi o lado psicológico. Imagine você já trabalhando no dia a dia com boletins epidemiológicos, um turbilhão de más notícias, os relatos de muitos óbitos e de repente se vê isolado num quarto com o vírus no corpo sabendo que pode morrer. Foi uma coisa aterrorizante.
Do time de Neto já foram infectados também o secretário Luciano Sanches (Infraestrutura) e o chefe de Gabinete, Kaio Moraes.