Mostra tem curadoria do pesquisador Nelson Cadena | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE
A comunicação, dizem nos meios acadêmicos, tem modelos definidos, os clássicos são um para um que evoluiu da fala pessoal para o pombo-correio, o telefone e o celular, um para todos, que começou lá com alguém falando ao coletivo num palanque de pedra, evoluiu para os sinais de fumaça que os índios soltavam, chegou ao impresso, jornais e livros, o primeiro, o rádio e a tevê.
O modelo dos novos tempos, com a internet que produziu a chamada sociedade em rede, ou o modelo todos para todos, que agrega todos os outros, atinge em cheio a todos, mais a mídia com suporte de papel. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) festejou ontem seus 90 anos com o rejuvenescido Museu da Imprensa da Bahia, uma joia sobre a era do papel.
Esmero — Walter Pinheiro, presidente da ABI, diz que não só a imprensa baiana ganha um memorial à altura da sua importância, como o Centro Histórico de Salvador ganhou também um novo atrativo. A sede da ABI, onde está o museu, é no Edifício Ranulfo Oliveira, na Praça da Sé.
O arquiteto Augusto Ávila comandou a reestruturação, que tem a área de exposição no térreo e se completa com um Laboratório de Restauro. Já a exposição tem a curadoria do jornalista e pesquisador Nelson Varón Cadena, autor do livro Cronologia da Associação Bahiana de Imprensa. 1930-1980. E o visual com Enéas Guerra e Valéria Pergentino, da Solisluna.
Ironia: a imprensa escrita, duramente atingida na pandemia, renasce nela.
Rui reage a Bolsonaro
Na visita às obras da Policlínica de Narandiba ontem, Rui Costa foi abordado pelos jornalistas sobre o crescimento dos números favoráveis a Bolsonaro, segundo o Datafolha:
– Os números que tenho são diferentes. O povo tem clareza do desprezo que ele teve em relação a cuidar da vida das pessoas.
Ou seja, devolve para Bolsonaro a herança maldita da Covid, que ele empurra para governadores e prefeitos.
E Wagner vê o emergencial
Já o senador Jaques Wagner (PT) partilha da tese corrente segundo a qual o auxílio emergencial da pandemia turbinou a popularidade presidencial, lembrando que o povo vota majoritariamente em ‘prosperidade’ e não em ideologias.
Ora se é. Só para dar um exemplo, veja você que uma cidade como Valença, com 96 mil habitantes, segundo a Transparência Brasil, recebeu de auxílio emergencial uma bolada de R$ 66 milhões.
Incêndio na Coroa Vermelha
O radialista Henrique Anderson, da Rádio Coroa Vermelha FM 104.9, de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, onde o frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa no Brasil, tomou o maior susto quando foi trabalhar ontem cedo: estava tudo incendiado, estúdio, portaria e o resto.
A única certeza: na área havia um forte cheiro de gasolina, indicativo de que foi incêndio criminoso. Quem e por quê? É com a polícia.
Elsimar, mais uma baixa na inteligência da Bahia
Às vésperas de completar 90 anos em 19 de maio, o professor Elsimar Coutinho, um ícone da ciência na Bahia do nosso tempo, com uma coletânea de títulos acadêmicos e seis livros publicados, presidente do Centro de Pesquisas e Assistência em Reprodução Humana, falou conosco via jornalista Monique Melo sobre o aniversário na pandemia, ele que estava isolado, conectado com o mundo apenas via online.
– Fazer 90 anos com saúde e trabalhando é um privilégio em qualquer circunstância. Lamento apenas que, por conta da ocorrência dessa pandemia, não podemos festejar com a família e amigos, como gostaríamos. A festa fica adiada para o próximo ano.
Que pena. A Covid nos roubou mais essa.