Ronaldinho, o que perdeu na mídia para a Covid | Foto: Carl de Souza | AFP
E eis que Ronaldinho Gaúcho entra para a história da imprensa pela porta do lado, exemplo pronto e lapidado daquilo que se diz nos núcleos acadêmicos: notícia é tudo aquilo que diz respeito ao interesse público (tendo por base uma abrangência presumida).
Imagine: um jogador de futebol campeão mundial pela Seleção Brasileira, com passagem notável pela Europa (Barcelona), é flagrado entrando no Paraguai (que tem a fama de falsificar tudo) com um passaporte falso? Claro. Em qualquer concepção editorial é prato feito.
Concorrência — Por essa lógica, Ronaldinho evaporou quando a Covid apareceu. Elementar: uma pandemia planetária chegando entre nós com um largo rastro de mortes por onde passou falou mais alto. E o craque perdeu feio. Aliás, perdeu duas vezes. Não fosse a pandemia, a pressão midiática teria forçado uma solução mais rápida. Mas vem ser solto justo agora, quando a pandemia dá sinais de que o pior passou.
Se o interesse público é a bíblia do bom jornalista, é claro que o presidente da República, o dono da caneta que produz cotidianamente atos e fatos que dizem respeito a todos, para o bem ou mal, claro que é para ser olhado sem tréguas. E ele até duelou com a Covid.
Agora, após um tempinho paz e amor, voltou ao normal. Não gostou de ver uma pergunta sobre os R$ 89 mil que a mulher dele recebeu de origem suspeita e depois chamou os jornalistas de bundões. Cá pra nós, bundão é quem acredita que só tem ladrão no PT.
Alba ainda sem definição
Nelson Leal (PP), presidente da Assembleia, diz que ainda espera a conclusão dos estudos para avaliar a possibilidade da volta das sessões presenciais ou não.
– Com a Assembleia é um pouco mais complicado, porque recebe lideranças políticas, empresariais e religiosas de todos os lados.
Segundo Nelson, mesmo as sessões presenciais mistas, com os deputados mais velhos pela tela, complica pelo número de funcionários.
Canápolis cai. Restam três
Miriam Oliveira (PP), prefeita da pequena e longínqua Canápolis, lá no oeste, a 862 km de Salvador, deu azar. Até ontem o município era um dos quatro entre os 417 municípios baianos sem Covid, mas caiu. Registrou o primeiro caso.
Restam Ipupiara, Novo Horizonte e Brotas de Macaúbas, mas, segundo Nelson Leal (PP), presidente da Alba, que conhece a área, é mais sorte.
– Ipupiara não tem, mas Gentio do Ouro, que é vizinha, está cheia.
Agitação em Santo Antônio
Surfando na pandemia na condição de favorito, Rogério Andrade (PSD), prefeito de Santo Antônio de Jesus, tem uma boa razão para perder o sono: Genival Dix (PSDB) bateu o martelo ontem e sai candidato a prefeito tendo como vice Luiz Careca (DEM).
Para Rogério, fica o fato de que ele é aliado de Rui Costa e o adversário principal opositor. Mas Genival já foi presidente da Associação Comercial numa terra em que o comércio é quase tudo.
Retomada de voos anima Leão para a ponte andar
No dia 1º de setembro a TAP vai retomar os voos Salvador-Lisboa-Salvador. E em novembro, a Air Europa, que voa para Madri, Espanha, também entra em cena. Diz João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico, que isso significa a retomada dos projetos estratégicos interrompidos como a ponte Salvador-Itaparica, que está na dependência de voos internacionais entre China e Europa (só falta os chineses virem assinar).
– Não tenha dúvidas de que pandemia atrasou o nosso cronograma. A obra da ponte, por exemplo, já deveria estar começando. Tem a Fiol, também com a licitação atrasada. A gente espera que de agora em diante haja condições mínimas para voltarmos a tocar a vida.
É. tudo indica que o velho normal está próximo.