O TCU cruzou dados do auxílio emergencial com as declarações de bens de candidatos pelo Brasil afora e pasmem: 10.724 que declararam patrimônio superior a R$ 300 mil e outros 1.320 candidatos milionários conseguiram o benefício.
Aí, nos pergunta o leitor Ednaldo Silvânio, da Pituba: dá para acreditar em políticos dessa forma?
Amigo, o fato é mesmo tão estarrecedor quanto revelador. Dá uma ideia de quantos santos do pau oco estão aí nos palanques pelo Brasil afora (tem também os incubados) e, flagrados assim, o fedor exala tanto que contamina o conjunto, mas, a bem do bom senso, vamos botar os pingos nos ‘is’.
Mau exemplo —A desonestidade, ou vocação para a descaração, como queira, não é da política, é do homem. A política é apenas a atividade mais escancarada. Entre verdades e fakes (um desserviço) todos falam tudo de todos.
Mas no mix da configuração organizada da representação política há tendências para todos os gostos, direita, esquerda, centro, evangélicos, ambientalistas, movimentos afrodescendentes, e mesmo nas instituições há perfis de múltiplas facetas, dos sérios, aos equivocados, inclusive nas fraudes ao auxílio.
A sublimação do jogo político é o acerto em políticas que de fato atendem ao interesse público. Todos dizem isso. E é evidente que entre eles estão os embusteiros. Separar o joio do trigo é o desafio – e às vezes também erramos. É humano.
Joaci está com Aline na ALB
Duas correções sobre a nota daAcademia de Letras da Bahia: a coreógrafa Lia Robatto e a escritora Aline França estão disputando o ingresso e não a presidência, na vaga de João Carlos Teixeira Gomes, o Joca. E a eleição é amanhã. Abordado sobre o cenário, Joaci Góes, o presidente que renunciou, fica com Aline:
— Lia Robatto tem todos os atributos, mas sendo a concorrente dela escritora, e a Academia é de letras, mais o fato de ser negra, acho o ideal.
ACM meu amor’ em cena
Lembra daquele famoso jingle ‘ACM meu amor’, de Vevé Calazans (falecido) e Gerônimo, que já rendeu uma pendenga com a TV Bahia? Pois a música reapareceu na campanha de 2020. Alguém a vendeu a Olisandro Nogueira, o Nogueira, ou Noga (PP), que enfrenta outros três adversários em Macarani.Claro que Nogueira vai ter problemas extras. Os advogados de Gerônimo e Vevé entram na Justiça contra ele esta semana.
Eleuza de olho em Brasília
A ostensiva participação de Eleuza Coronel (PSD), a vice de Isidório que é esposa do senador Angelo Coronel (PSD), dividindo o tempo com o cabeça de chapa, acendeu o pisca alerta nos meios políticos.
Dizem que Coronel, o marido, que já tem o filho Diego deputado estadual, pretende lançá-la federal em 2022. Na próxima eleição federal não haverá mais coligações e cada partido vai ter que se virar por si. Uma maravilha. Para ele.
Nádia Taquary, baiana leva a baianidade aos EUA
De Los Angeles, na Califórnia, onde está morando, o jornalista Geraldo Vilalva nos manda a boa notícia: a artista plástica Nádia Taquary, baiana de Valença, agora tem suas joias, baseadas em raízes religiosas afro-brasileiras, com o tema “Orikí”, expostas permanentemente no acervo do Museu of Arts and Design (MAD), com sede em Manhattan, Nova York.
Ela usa na confecção das peças elementos de madeira, ouro, prata, conchas, miçangas. E diz que também explora ‘o sentimento de liberdade herdado nas histórias do Brasil e da África’.
Nos EUA, Nádia já expôs em Miami, no The55project, em colaboração com o The Bakerhouse Project Art Coplex, quando ministrou aulas durante 30
POLÍTICA COM VATAPÁ
Fé de ofício
Deputado quando é médico às vezes chega em pequenas cidades do interior recebido como semideus, antes muito mais que hoje, mas ainda é assim. E é um desses cenários que tem São Bento do Una, Pernambuco, a terra de Alceu Valença, como palco, nos conta Sebastião Nery, o papa do folclore político. Nilton Valença (talvez parente de Alceu), médico, deputado, chegou lá, um cabo eleitoral veio afoito:
— Ah, Dr. Nilton! Foi Deus que lhe mandou aqui! O Flamenguinho, time daqui, ia jogar na cidade vizinha, ali na curva o carro capotou e o time tá todo lá estirado!
Chegaram, Dr. Nilton examinou o primeiro:
— Esse tá morto...
E o cabo eleitoral:
— É Jair, o lateral direito. Coitado...
Olhou o segundo:
— Esse aqui também tá morto.
— É Toinho, o goleiro...
E o morto, gemendo:
— Morto, não... Eu tô é todo arrebentado...
O cabo eleitoral interveio firme:
— Cala a boca, Toinho! Você quer saber mais do que Dr. Nilton?!