PSD, PP e PSB foram as siglas que emplacaram mais prefeitos entre os municípios baianos nessas eleições | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE
Um levantamento feito ontem pela União dos Municípios da Bahia (UPB) mostrou que dos 295 prefeitos baianos que tentaram a reeleição domingo, 183 venceram e 108 perderam, apesar da dinheirama que rolou na pandemia.
O placar ainda pode ser alterado porque dois, Colbert Martins (MDB), em Feira de Santana, e Herzem Gusmão (MDB), em Vitória da Conquista, vão disputar o segundo turno. E Agnelo Santos (PSD), em Santa Cruz Cabrália, e Moacyr Leite (DEM), em Uruçuca, ganharam, mas tiveram os pedidos de registro impugnados e concorreram sub judice.
Pelos números do TSE, o campeão de votos na Bahia é Fred Vasconcellos (PCdoB), de Licínio de Almeida. Único candidato único no estado, ele teve 100% dos 6.345 votos válidos (714, ou 8,6%, foram brancos e mil, 12,41%, nulos).
Surpresas — O campeão da reeleição é Marcus Vinicius (MDB), de Vera Cruz. Enfrentando quatro candidatos, ele teve 86,29% (20.966) dos votos contra 9,16% (2.226) de Magno do PT, o segundo colocado. Já entre os derrotados, surpresas, como Orlando Peixoto (PT) em Cruz das Almas, Rose Menezes (PSD), em Campo Formoso, e Carlinhos Brasileiro (PT), em Senhor do Bonfim.
O caso mais curioso foi em Santa Teresinha. Zé de Zila (PP), o prefeito, já comemorava a vitória quando constatou-se um erro na contagem. Recontados os votos, ele perdeu para Agnaldo Andrade (PSD) de 4.432 a 4.409, por 23 votos. Aí, o choro é maior.
Em Camaçari, a zorra é total
Durante toda a campanha em Camaçari, os adversários do prefeito Antônio Elinaldo (DEM) repicaram o bordão: ‘Chega de forasteiros’. Atacava o fato de o secretariado ter muita gente de fora. Curioso: o ex-prefeito Luiz Caetano é de Central e a mulher dele, Ivoneide (PT), principal adversária do prefeito, de Biritinga.
Elinaldo venceu com 53,12% contra 40,52%. Aliados dele espalharam outdoors ontem pela cidade bradando: ‘Forasteiros uma zorra!’.
James, quase zebra em Jequié
As urnas de Jequié apresentaram uma surpresa. Não com a vitória do deputado Zé Cocá (PP), que foi apoiado pela primeira-dama do estado, Aline Peixoto, filha da terra, e teve 36,70% dos votos (13.723).
Pensava-se que o duelo seria entre Cocá e Dr. Fernando (PSD), apoiado pelo deputado federal Antônio Brito, mas nas urnas quem encostou mesmo e quase complica foi James Meira (Patritota), que teve 35,38% (13.230), apenas 493 votos a menos.
Luciano, a derrota do DEM
Se em Senhor do Bonfim o DEM festeja a vitória de Laércio Júnior sobre o prefeito Carlinhos Brasileiro (PT), em Jacobina é o inverso. Lá, Luciano da Locar, um dos poucos eleitos em 2016 fiéis ao partido, perdeu para Tiago Dias (PCdoB).
Na semana passada ACM Neto chegou a ir lá tentar ajudar o amigo, mas a justiça proibiu a carreata que ele estaria. No fim de outubro, Luciano perdeu o amigo George Machado, o Barão, para a Covid. A dor foi em dose dupla.
Em Feira, Colbert e Zé Neto disputam três derrotados
E quem vai levar a melhor no segundo turno em Feira de Santana? Jornalistas feirenses dizem que a briga entre o deputado Zé Neto (PT) e o prefeito Colbert Martins (MDB) é trincada e fazer prognósticos seria futurologia, mas estão de olho em três dos outros sete candidatos que ficaram para trás, José de Arimatéia (Republicanos), Dayane Pimentel (PSL) e Carlos Geílson (Pode).
Zé Neto teve 119.862 votos (41,55%) e Colbert 110.146 (38,18%), 9.616 votos a mais. Arimatéia teve 14.012 (4,86%); Dayane, 13.969 (4,84%); e Geílson, 12.689 (4,40%). Os três juntos somam 40.670 votos.
Lá se diz que o caminho dos três é Colbert. Arimatéia é de um partido aliado de ACM Neto, Dayane também, e Geílson mudou para o lado do governo, mas pode voltar.
REGISTROS
Goleada em Irecê
Luizinho Sobral (Pode), que estava inelegível até 7 de outubro, soltou foguetes quando o Congresso aprovou o adiamento das eleições. Ele se habilitou, mas não adiantou: levou uma goleada do prefeito Elmo Vaz (PSD), 20.427 (56,21%) contra 14.901 (41,01%) dele. Mais de seis mil votos a menos.
Manoelito em cena
Manoelito Argolo Júnior (SD), filho do ex-prefeito Manoelito Argolo e irmão do ex-deputado Luiz Argolo, que passou um tempo preso condenado na Lava Jato, é o novo prefeito de Entre Rios. É os Argolo voltando.
Um índio lá
Cláudio Magalhães (PCdoB), servidor da Justiça estadual e índio tupinambá, um dos organizadores da tradicional Puxada do Mastro, em Olivença, Ilhéus, se elegeu para a Câmara lá. É o primeiro índio a chegar.
Fato novo
Um detalhe chamou a atenção nas apurações em Salvador: Cezar Leite (PRTB) teve os seus melhores desempenhos em urnas da Vitória e da área Patamares-Piatã. Chegou a ficar em segundo, bem embaixo, mas só atrás de Bruno Reis, o vitorioso.