ACM Neto e Rui Costa: unidos no combate a pandemia, adversários na política
Dizem no beabá da nossa Facom, a Faculdade de Comunicação da UFBa, que notícia é tudo aquilo que foge do normal. Por aí, eis que Rui Costa e ACM Neto produziram uma pérola para a política nacional: na pandemia de Covid, chutaram as diferenças e uniram forças.
A história se completa com o início da campanha eleitoral em que cada um tomou o seu lado e a vida continua, com um detalhe: não se viu um falando mal do outro num cenário de disputa (pelo Estado) no mais clássico estilo da cabeça para baixo é canela.
Cenários — Das urnas de hoje em Feira e Conquista podem emergir três cenários que vão influenciar o duelo entre eles em 2022.
1 — Colbert Martins (MDB) e Herzem Gusmão (MDB) vencem. Seria o melhor dos mundos para Neto, ganhar bonito em Salvador e manter as duas maiores.
2 — Zé Neto (PT) e Zé Raimundo derrotam Colbert e Herzem. O melhor dos mundos para Rui, que ganha em Feira, onde o PT nunca governou, e retoma Conquista onde governou 24 anos e perdeu em 2016.
3 — Rui ganha numa e perde noutra. Para ele, uma vitória mas nem tanto e para Neto idem. Nada a festejar.
Óbvio que até 2022 a pauta nacional, com Bolsonaro no bolo, terá muitas águas a rolar. Pode ser até que os dois acabem no mesmo palanque, mas na Bahia haverá disputa. E as urnas de Feira e Conquista hoje têm tudo a ver.
Wanderley, o que só perdeu
Lembra de Wanderley Caldas (PP), prefeito de Olindina, o irmão do deputado Aderbal Caldas (PP) que passou 48 dias internado com Covid? Seguramente, 2020 não foi um ano bom para ele.
Nas urnas, pagou pelos desgastes da administração e acabou humilhado. O eleito foi Luiz Alberto (PSD), com 6.870 votos (47,98%) contra 4.409 (30,80%) de Alex Farias (MDB) e 3.038 (21,22%) dele. Mas o pior mesmo foi a Covid. Até hoje está numa cadeira de rodas.
Ribeirão, quase isolado
Herbert Oliveira, o Rebinha (PP), prefeito reeleito de Ribeirão do Largo, um pouco mais para adiante ao sul de Vitória da Conquista, já quase na divisa com Minas, após a vitória nas urnas fecha o ano com muitas dores de cabeça.
A chuvarada da semana passada praticamente isolou a maioria dos quase 9 mil habitantes, que moram na zona rural. Nada menos que 11 pontes que fazem as conexões com a cidade foram levadas pela enxurrada.
Tarcísio, uma unanimidade
A notícia de que o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) testou positivo para Covid bateu mal para os baianos. No Governo Bolsonaro, ele é um das poucas unanimidades cá. Se empenha para fazer o Porto Sul e a Fiol andarem. Aliás, esta semana em Conquista, ele recebeu elogio do senador Jaques Wagner (PT).
— É um profissional de carreira da melhor qualidade. Sou oposição ao governo, mas não torço para que o Brasil afunde.
Enfim, Valber nos traz ‘A vida de Irmã Dulce’
Enfim, o jornalista Valber Carvalho lança o mais completo trabalho sobre a trajetória de Irmã Dulce, a Santa Dulce, já feito. Será dia 10 próximo (das 16h até a hora de fechar), no Shopping Barra, o primeiro volume de ‘Além da Fé – A vida de Irmã Dulce’, com 624 páginas em quatro cadernos, oito deles ilustrados com fotografias.
Inicialmente serão 10 mil exemplares. Mil serão doados para as obras sociais. A obra vem com apoio da Aratu Seguro, do ex-banqueiro Angelo Calmon de Sá, que era amigo e colaborador da santa, trabalho iniciado em 2014, que implicou em 513 entrevistas e a consulta a mais de 12 mil documentos.
— A pandemia atrasou, mas acabou ajudando. Aprimoramos textos e contextos. Ficou tudo bem.
Louro Corno
Everildo Pedreira, o Veveco, nosso bom amigo, hoje no céu, perambulando pelos quatro cantos da Bahia fazendo jornais, o que
valeu o apelido de ‘Cigano da Comunicação’, contava que no tempo em que o voto era no papel uma cidade do oeste baiano (nome omitido de propósito, já que o personagem principal é vivo), teve três candidatos a prefeito, todos com o nome de Louro.
Laurindo era Louro de Maria, Lourenço era Louro de Zefa e Lourival era Louro de Tonho.
Na apuração, quando o eleitor escrevia o nome do candidato e o escrutinador gritava ‘Louro!’, era o maior alvoroço entre os três, cada um gritando ‘é meu, é meu’. Até que o escrutinador bradou:
— Louro corno!
Louro de Zefa retrucou:
— Meu não é....
Louro de Tonho emendou:
— Meu também não...
Louro de Maria encarou os dois com raiva:
— Vocês estão me chamando de corno, seus fdp! Eu mato um!
Diziam que Louro de Maria tinha ‘rabo de palha’.