Presidente disse que governador que decretou lockdown que banque o auxílio emergencial, previsto para o povo em quatro parcelas de R$ 250 a partir de março | Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil
Bolsonaro vem sendo chamado de ‘traidor’ por alguns dos antigos aliados, o time dos que acham que xingar é liberdade de expressão.Adotou o toma lá, dá cá que ele tanto criticou, se aproximando dos políticos no Congresso, tentando,assim,pavimentar novos caminhos no rumo da reeleição em 2022.
Mas, neste fim de semana, com a Covid matando como nunca, os sistemas de saúde abarrotados de gente, ele apontou as baterias contra os governadores, como Rui Costa, que decretaram lockdown. E no Ceará,onde o sistema de saúde também está no limite, disparou:
– O povo quer trabalhar. Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que o povo quer.
DUELO — No embalo, ele disse que governador que decretou lockdown que banque o auxílio emergencial, previsto para o povo em quatro parcelas de R$ 250 apartir de março. É a tal história: na pandemia estabeleceu-se o duelo entre os que defendem os ditames da ciência para salvar vidas e os que preferem salvar os CNPJs.
O ranking dos mortos tem São Paulo na ponta, com59.129, Minas emsegundo, com18.276, e a Bahia em terceiro, com 11.625.
Bolsonaro sempre debochou da Covid. E bancar um discurso que vai de encontro à preservação do bem maior, a vida, dá para segurar numa campanha?
Óbvio que ele ataca os governadores porque não tem apoio de nenhum. Mas alguns políticos dizem que em 2022 a questão é bastante simples: se ele estiver bem, terá apoios, se não, não.
Pior da Covid chega agora
O sufoco que a pandemia provoca no sistema de saúdeagoraéresultadodoefeito Verão, ou seja, a dobrada de ano, emendada com as férias de janeiro, que rolaram à solta, sem máscara. Mas opior começa agora, com a entrada em cena do feriadão do Carnaval.
Leo Prates, secretário,diz que isso já era esperado.
– Ocenárioé ruim,muito ruim.Eagora,15 dias depois do Carnaval, claro que a situação vai se agravar.
Amurc corre para Sputnik
Marcone Amaral (PSD), o ex-zagueiro do Vitória que virou prefeito de Itajuípe, reeleito, também é o presidente da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudeste da Bahia (Amurc).
Pois foi em nome da entidade que ele assinou documento, pedindo à Russian Direct Investment Fund a compra de um milhão de doses da vacina Sputnik.
– A nossa alegria está em poder contribuir para acabar com a pandemia.
Leão quer Nelson na SDE
João Leão, vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, diz que o PP, partido que ele preside, quer ver na SDE Nelson Leal, ex-presidente da Assembleia. Ele, que já foi cotadopara aCasaCivil, diz que vai ficar na dele:
– Quero ficar na vice-governadoria, onde poderei ajudar Rui Costa, recebendo prefeitos e aliados.
A reforma que Rui está elaborando também travou com a pandemia.
‘Pirilampos da Caatinga’, o foco no sertão de Uauá
Nascido em Feira de Santana e criado em Itabuna, o fotógrafo Heitor Rodrigues focou sua câmera para o sertão de Uauá, mirando os vaqueiros. Daí, com apoio da Fundação Cultural, produziu ‘Pirilampos da Caatinga’, um olhar minucioso, durante sete anos, sobre os vaqueiros, que vai chegar ao público de todas as formas da atualidade: livro fotográfico, e-book, plataforma
digital Flickr e mais uma página no Face.
Diz ele que Uauá no tupi significa ‘vaga-lume’, e o ponto de partida foram Jaime e Fátima Ribeiro, ele ex-vaqueiro, ela professora e cordelista, ambos seus sogros, pais de Erika Pólk, a esposa:
– Me apaixonei pelas histórias que ouvi deles como uma criança ouvindo histórias infantis.
É uma boa contribuição para a memória.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Validade vencida
Hari Alexandre Brust, o gaúcho que adotou a Bahia até nos deixar esta semana, era amigo unha e carne de Leonel Brizola, ex-governador gaúcho e também do Rio, o único político a governar dois estados na história. Brust divide com o jornalista Nilton Nascimento a autoria do livro ‘Brizola, uma biografia’.
Ele sempre contava que o amigo Brizola tinha uma marca indelével – era extremamente mulherengo. E ele chegou a adverti-lo:
– Brizola, Brizola, toma cuidado com tua vida. Tu não aguenta ver um rabo de saia e uma hora dessas
vai pegar um padre.
E eis que, aos 75 anos (ele morreu em 2004, aos 82), Brizola procura Brust.
– Amigo, estou com um problema sério. Meu tesão foi para o beleléu.
– Sabe por quê? Porque você fuma demais.
– Ah, é? Se for por isso eu paro de fumar agora!
E parou. Seis meses depois procurou Brust.
– Brust, tem seis meses que parei de fumar e até agora não vi resultado.
E Brust:
– Então você já não tinha nada mesmo. A validade venceu.