O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota oficial hoje (9) em que condena a realização da conferência sobre o Holocausto que acontecerá nos dias 11 e 12 em Teerã. Na nota, o Itamaraty diz ter recebido com preocupação a notícia do seminário internacional destinado a avaliar a natureza e a dimensão do Holocausto. A conferência reunirá estudiosos de 30 países e reacende a polêmica causada pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que em 2005 considerou o Holocausto um mito e uma lenda.
Diante da péssima repercussão de suas palavras na comunidade internacional, o presidente iraniano passou a dizer apenas que o Holocausto deve ser reavaliado. Um dos temas da conferência em Teerã será se os nazistas realmente usaram câmaras de gás para matar judeus. Calcula-se que a perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial levou seis milhões de judeus à morte. Em entrevistas a jornais iranianos, Ahmadinejad disse que a conferência irá se concentrar no Holocausto sem se envolver em questões políticas ou de propaganda. "O governo brasileiro reitera sua firme condenação a todo evento, iniciativa ou declaração que possa pôr em causa a existência histórica do Holocausto, diz o texto do Itamaraty.
Na nota, lembra que o governo brasileiro co-patrocinou resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que reafirmou o reconhecimento histórico do Holocausto, ressaltou o compromisso da comunidade internacional de luta contra todas as formas de intolerância e instituiu a data de 27 de janeiro, que evoca a libertação do campo de concentração de Auschwitz, como o Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto.
No início deste ano, os iranianos participaram de um concurso de charges sobre o Holocausto, uma resposta do país islâmico a um jornal dinamarquês que publicou charges do profeta Maomé, fundador do islamismo e da doutrina muçulmana. Em vários pronunciamentos, o presidente iraniano deixou clara a hostilidade ao Estado de Israel, o que fez o governo israelense ameaçar pedir a expulsão do Irã da ONU.