O candidato republicano à Casa Branca, John McCain, lançou aos políticos de Washington o aviso de que "a mudança está chegando" e denunciou o "rancor partidário" que, segundo o candidato, está imobilizando a elite política da qual ele faz parte há mais de duas décadas. Na última noite da Convenção Nacional Republicana, o senador do Arizona aceitou a indicação do partido para concorrer à presidência dos EUA e se apresentou como a única alternativa para os eleitores que querem acabar com a paralisia em Washington e com a tradição de políticos "que trabalham para si mesmos" e não para o país.
McCain foi interrompido por um manifestante cerca de 10 minutos depois de começar seu discurso. A platéia de correligionários entoou o coro "USA, USA", para abafar a voz do homem que protestava. McCain parou de falar por alguns instantes, sorriu e pediu que a platéia ignorasse o ruído. "Os americanos querem que paremos de nos xingar uns aos outros", brincou. Ele abriu seu discurso com um elogio ao adversário, Barack Obama. "Você tem meu respeito e minha admiração", afirmou. "Apesar de nossas diferenças, há mais coisas a nos unir do que a nos dividir", completou. "Mas não tenham dúvida, meus amigos, nós vamos ganhar esta eleição", discursou.
McCain lembrou seu passado como herói de guerra do Vietnã, onde passou mais de cinco anos num campo de prisioneiros, e recordou os sofrimentos por que passou na época. Ele também lembrou que enfrentou dificuldades para conseguir a indicação do Partido Republicano, e que não deixou de assumir posições impopulares, como a defesa do aumento de tropas no Iraque. "Eu disse que preferia perder a eleição do que ver meu país perder a guerra", discursou. McCain elogiou sua companheira de chapa, a candidata a vice-presidente e governadora do Alasca Sarah Palin, dizendo que ela é a "parceira certa" para ajudar a "sacudir Washington". As informações são da Dow Jones e do site da CNN.