Por cerca de 2 dólares por dia uma criança afegã de apenas 10 anos trabalha longas horas nas minas de carvão do país, sem equipamento de segurança e, até agora, sem uma política do governo para protegê-la.
Com o Afeganistão tentando atrair investidores estrangeiros para desenvolver as reservas minerais não exploradas e avaliadas em 3 milhões de dólares, o Ministro de Mineração, Wahidullah Shahrani, está trabalhando para expandir e limpar a indústria e esboçou uma política para estabelecer oficialmente a idade mínima dos trabalhadores em minas para 18 anos.
Atualmente, a lei nacional permite que uma criança afegã trabalhe até 35 horas por semana a partir dos 14 anos, embora elas não tenham permissão de fazer trabalhos perigosos, como em minas. Mas, após 30 anos de conflitos e com muitas crianças sendo a única fonte de sustentação da família, grupos de direitos humanos afirmam que as leis não têm sido postas em prática.
"Nós esboçamos as primeiras diretrizes de política social para assegurar que, quando se trata de força de trabalho e quando se trata de saúde e segurança, e mais importante ainda sobre a questão do trabalho infantil, teremos algum tipo de regra", disse ele à Reuters.
"Anteriormente, não tínhamos nenhuma política oficial no Ministério de Minas."
As diretrizes devem ser implementadas nos próximos meses e serão contratados inspetores de minas para assegurar que as regras sejam aplicadas, disse Shahrani.
Cerca de 200 crianças foram encontradas recentemente trabalhando em minas de carvão na província central de Bamiyan, de acordo com estudos separados da Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão e da Rede de Proteção para a Criança, uma iniciativa conjunta de grupos de ajuda incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).