Um comandante da rede extremista Al-Qaeda, Abu Yahia al-Libi, que fugiu de uma prisão americana em 2005 conclamou os paquistaneses a derrubarem o governo do general Pervez Musharraf para vingar a morte do clérigo pró-Taleban da Mesquita Vermelha durante a recente invasão do templo. A mensagem de al-Libi foi transmitida em um vídeo publicado em uma página da internet conhecida por divulgar mensagens de extremistas islâmicos.
A gravação foi colocada no ar no fim da noite de ontem. Imagens de Musharraf e do clérigo Abdul Rashid Ghazi, morto na incursão à Mesquita Vermelha em julho, foram mostrados ao fundo. Pelo menos 102 pessoas morreram na ação militar contra extremistas islâmicos entrincheirados no templo.
"Ó, povo da guerra santa no Paquistão, apresse-se e livre-se desse apóstata corrupto e tirânico e de seu governo secular infiel. Destrua as fortificações de seu fraco Exército, os covis de seu imundo serviço secreto e o núcleo de seu governo infiel", declara al-Libi na gravação de 21 minutos.
"Ele arrastou o país e seu povo ao abandono da identidade islâmica, à desmoralização, à submissão a seus mestres no ocidente e no oriente, transformando a nação muçulmana em uma cópia idêntica a eles em termos de cultura, ética, fé e tradições", prossegue Al-Libi, apelido que significa "o líbio". "O Paquistão não foi fundado para ser um aliado nem um apoiador dos adoradores da cruz: a América e seus seguidores", diz o comandante da Al-Qaeda. "O Paquistão é um Estado islâmico, com uma nação muçulmana e deve ser governado pelo Islã."
Al-Libi fugiu da carceragem da Base Aérea de Bagram, ao norte de Cabul, em 2005. O local é controlado pelo Exército dos Estados Unidos. Integrantes de serviços secretos ocidentais dizem acreditar que ele esteja treinando militantes suicidas em um campo no leste do Afeganistão.
Enquanto isso, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Republicano Internacional, com sede em Washington, revelou que o apoio a Musharraf desabou a partir de março. A sondagem revela que 63% dos entrevistados apóiam a renúncia de Musharraf. A aprovação a Musharraf despencou de 54% em março para 34% em junho. No mesmo período, a desaprovação ao presidente saltou de 26% para 49%. Também foi detectado aumento de apoio aos rivais políticos do presidente paquistanês.