Líderes libaneses prometeram hoje dar seqüência ao conturbado processo eleitoral para a escolha do presidente do país um dia após o atentado com carro-bomba que provocou ontem a morte do deputado anti-Síria Antoine Ghanem. Outras seis pessoas morreram no atentado em um bairro cristão de Beirute. Pelo menos 67 pessoas ficaram feridas na explosão.
O episódio ameaça tirar dos trilhos as negociações com relação a um acordo entre partidos para a escolha do novo chefe de Estado. A votação, a ser realizada no Parlamento, está prevista para a próxima semana.
Ghanem, de 64 anos, integrante do Partido da Falange, retornara do exterior apenas dois dias antes. Ele foi o oitavo político anti-Síria e o quarto deputado da atual coalizão morto em menos de três anos no Líbano. Integrantes da atual coalizão acusam a Síria pelos recentes assassinatos políticos. Damasco nega envolvimento.
Por meio de uma carta, o primeiro-ministro do Líbano, Fuad Saniora, pediu ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que adicione o atentado contra Ghanem aos casos investigados em um inquérito internacional sobre a morte do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri e outros crimes políticos ocorridos recentemente no Líbano.
Em Ramallah, no território palestino da Cisjordânia, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, condenou o atentado de ontem e fez uma crítica velada à Síria. Segundo ela, "o povo libanês" tem o direito de realizar eleições "sem temer intimidações nem interferências estrangeiras".