O jovem que abriu fogo ontem em uma escola no Canadá tinha um blog onde publicava suas fotos com armas e onde contava que gostava de jogar "Super Columbine Massacre", um jogo que simula os tiroteios ocorridos em abril de 1999 em uma escola americana, onde dois estudantes vestidos com casacos militares mataram 13 pessoas antes de cometerem suicídio. Hoje, investigadores tentavam determinar os motivos que levaram o jovem de casaco longo e cabelo moicano a atirar contra a instituição canadense, matando uma mulher e deixando outras 19 pessoas feridas. Seis vítimas continuam em estado grave, inclusive duas em estado muito grave.
O nome do agressor é Kimveer Gill, de 25 anos, da cidade de Laval, próxima a Montreal, afirmou um policial, em condição de anonimato, pois a polícia ainda não fez um anúncio público. O policial disse que eles revistaram a casa do jovem. Em suas publicações em um site chamado vampirefreaks.com, blogs no nome de Gill mostraram mais de 50 fotos dele em várias poses segurando um rifle e vestindo um longo casaco negro e coturno.
Uma foto tinha a inscrição do seu nome e abaixo a frase "Viveu rápido e morreu jovem. Deixou um cadáver desfigurado." As últimas publicações realizadas por ele no blog foram feitas ontem aproximadamente duas horas antes de o jovem ser morto a tiros após o tiroteio no colégio. Ele disse no site que gostava de jogar "Super Columbine Massacre". "Seu nome é Trench. Você o conhecerá como o Anjo da Morte, escreveu em seu perfil no vampirefreaks.com. Ele não é uma pessoa do povo."
Ele escreveu ainda que odeia esportes, estudar, música country e hip hop. "Acho que tenho uma obsessão com armas...muahahaha", disse uma inscrição abaixo de outra foto de Gill apontando o cano de sua arma para a câmera. O atirador disse ter um metro e oitenta e cinco, nascido em Montreal e de descendência indígena. Sua fraqueza era a preguiça e não tinha medo de nada. Respondendo à questão "como você quer morrer?", Gill respondeu "como Romeu e Julieta - ou em uma troca de tiros".
Lições aprendidasO chefe da polícia de Montreal, Yvan Delorme, disse que as lições aprendidas com outros tiroteios em massa ensinaram a polícia a tentar parar com os ataques o mais rápido possível. "Antes a nossa técnica era estabelecer um perímetro ao redor do local e esperar pela equipe da Swat. Agora, os primeiros policias vão para dentro. A forma com que agira salvou vidas.
Testemunhas disseram que o atirador iniciou seus disparos fora do colégio, no centro da cidade. Aí então ele entrou, foi até a cantina do segundo andar e abriu fogo sem dizer uma palavra. Algumas vezes ele se escondeu atrás de máquinas de refrigerante, antes de voltar a atirar, inclusive na direção de uma jovem que tentou fotografá-lo com seu celular.
O homem abriu fogo a esmo, sem alvo em especial, até ver a polícia. A partir daí, começou a na direção dos policiais, afirmou Yvan Delorme. A polícia se escondeu atrás de uma parede enquanto trocava tiros com o atirador, que ficou atrás de uma máquina de refrigerante, segundo a estudante Andrea Barone, que estava na cantina. Ele afirmou que os policiais agiram com cautela, pois muitos estudantes estavam próximos ao atirador, que gritava "vá para trás, vá para trás", toda vez que um policial tentava se aproximar. Barone afirmou que o atirador foi atingido e caiu durante a troca de tiros.
Delorme disse que alguns policiais estavam no colégio, por outros motivos, quando o tiroteio começou. O chefe da polícia afirmou que equipes de reforço chegaram rapidamente no local e se envolveram no tiroteio. Muitos estudantes fugiram do edifício após o início dos tiros. Alguns tinham roupas manchadas de sangue, outros choravam e se abraçavam. Dois shopping centers próximos ao local também foram evacuados.
"Foi horripilante. O cara começou a atirar contra as pessoas aleatoriamente. Ele não se importava, estava atirando em todo mundo". Disse o estudante Devansh Smri Vastava. "Havia policiais atirando
"Testemunhamos um ato de violência covarde e insensato no Colégio Dawson de Montreal", afirmou o premier canadense Stephen Harper. "Nossa primeira preocupação agora é garantir a segurança e a recuperação de todos aqueles que se feriram durante esta tragédia". O pior tiroteio em massa do Canadá também ocorreu em Montreal, em 1989. No incidente, o atirador Marc Lepine matou 14 mulheres na Escola Politécnica da cidade, e depois suicidou-se.