O papa Bento XVI entrou neste domingo no antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz, pela infame porta com a inscrição "O trabalho liberta", no local onde o governo alemão de Hitler matou mais de um milhão de pessoas na Segunda Guerra Mundial.
Acompanhado por um grupo de cardeais e bispos, o Papa avançou lentamente a pé até o muro de fuzilamentos sob o som dos sinos de uma igreja.
A entrada no antigo campo de concentração de Auschwitz, nos limites da cidade polonesa de Oswiecim, é a última etapa, carregada de simbolismo, de uma viagem de quatro dias de Bento XVI à Polônia, antes de seu retorno à Roma na noite deste domingo.
Trata-se de uma visita difícil para o Papa, por sua origem alemã e pelo passado de Joseph Ratzinger, que se alistou obrigatoriamente durante a adolescência nas Juventudes Hitlerianas.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Vals, disse que Bento XVI ia para Auschwitz "como filho do povo alemão", assim como em 1979 João Paulo II o fez "como filho do povo polonês".
O Pontífice disse que queria realizar esta visita "antes de nada como católico" para rezar nesse lugar, símbolo do Holocausto de judeus, na memória de todas as vítimas da barbárie nazista.
Cerca de 1,1 milhão de pessoas morreram neste campo de extermínio entre 1940 e 1945, um milhão deles de origem judaica, nas câmaras de gás.