O Governo da Bolívia anunciou hoje que realizará auditorias para provar as supostas irregularidades cometidas pela construtora brasileira Queiroz Galvão nas obras de uma estrada no sul do país.
"O Governo não será complacente com nenhuma empresa que pretenda se apropriar dos recursos bolivianos", declarou o ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, em entrevista coletiva.
Ele disse que o Executivo autorizou a estatal Administradora Boliviana de Estradas (ABC) a contratar advogados para iniciar "ações jurídicas e administrativas" contra a Queiroz Galvão.
A presidente da ABC, Patricia Ballivián, informou sobre a rescisão do contrato com a empresa na semana passada.
Segundo a empresa boliviana, a empresa teria feito um trabalho deficiente, e descumprido o cronograma de construção da via que une os departamentos de Chuquisaca, Tarija e Potosí.
A construtora declarou que pedirá ressarcimento ao Governo de Evo Morales pelas perdas decorrentes da rescisão do contrato, e classificou a decisão como "unilateral e injustificada".
"Não descartamos a possibilidade de entrar com um processo para exigir indenização por perdas e danos que possamos sofrer", declarou à agência Efe um dos advogados da empresa, Alberto Sogayar.
O ministro boliviano declarou hoje que o Ministério de Exteriores realizará as ações necessárias no âmbito internacional para defender a Bolívia de empresas "sem escrúpulos" que prejudicam o país.
O presidente Morales criticou na semana passada a Queiroz Galvão, e afirmou que a obrigação do Governo é impedir a existência de empresas que enganem o Estado.
O ministro da Presidência disse que o Governo apoiará a ABC para dar continuidade à construção da estrada.
Quintana declarou que ainda não há nenhuma empresa pré-selecionada para terminar a obra, e que será convocada uma nova licitação.
Todas as construtoras brasileiras poderão concorrer, já que parte do dinheiro para executar a obra procede de um crédito concedido pelo Governo do Brasil.