O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, viajou para os Estados Unidos hoje dizendo que planeja utilizar a visita oficial para estreitar o que o Reino Unido já considera sua relação bilateral mais importante. "É uma relação baseada em nossos valores comuns de liberdade, oportunidade e dignidade do indivíduo", disse. "E, por causa dos valores que compartilhamos, a relação com os Estados Unidos não apenas é forte, mas pode se fortalecer ainda mais nos próximos anos."
Brown, em sua primeira visita aos EUA como chefe do governo britânico, negou especulações de que a relação com o país estivesse esfriando. Seu antecessor, Tony Blair, foi acusado várias vezes de ser muito complacente com as políticas do presidente dos EUA, George W. Bush, especialmente em relação à guerra do Iraque. Alguns analistas defendem que Brown deveria atuar de modo mais parecido com os premiês Margaret Thatcher e Winston Churchill, que tinham laços próximos com os EUA, mas mantinham-se independentes em seus próprios objetivos e políticas.
Brown viaja aos EUA confortado por um surpreendente nível de apoio popular após seu primeiro mês no cargo, período em que impressionou o público com o enfrentamento sóbrio dos episódios terroristas em Londres e em Glasgow. Observadores acreditam que o novo primeiro-ministro pode tropeçar por causa de sua personalidade, muitas vezes depreciada por sua seriedade excessiva - embora esse mesmo traço tenha ajudado Brown a exibir uma postura adequada a um estadista.
Os britânicos parecem satisfeitos como o contraste entre Brown e o agitado Blair - e o novo líder está subindo nas pesquisas de popularidade. Mas também questionam se o intelectual Brown será capaz de aquecer a química já estabelecida entre Blair e Bush.