O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, elogiou neste sábado o progresso do Iraque, mas afirmou que o Governo do país ainda precisa adotar "medidas importantes", como a criação de uma lei petrolífera e a convocação de eleições provinciais.
O Governo Bush, que em setembro terá que apresentar ao Congresso americano um relatório sobre o andamento da ocupação do Iraque, pede há muito tempo que Bagdá cumpra objetivos para ajudar na pacificação do país, como a integração ao Governo central de ex-membros do partido Baath, ao qual pertencia Saddam Hussein.
No entanto, o progresso nesta frente deixa muito a desejar, assegurou neste sábado o chefe de Estado americano, em seu discurso semanal transmitido pelo rádio.
"Infelizmente, o progresso político em nível nacional não acompanhou o local", afirmou Bush, que usou boa parte do discurso para falar dos sinais encorajadores que são observados em diferentes partes do Iraque.
O presidente americano se referiu às melhoras na instável província de Al-Anbar, na qual - disse - os representantes locais se aliaram às tropas americanas para expulsar os terroristas da região.
Bush disse ainda que o conselho provincial de Ramadi, capital de Al-Anbar, está operando outra vez, e que no último mês, os funcionários reabriram partes da sede governamental, danificada por causa de ataques terroristas.
"Praticamente todas as cidades e povos da província têm um prefeito e uma Prefeitura ativos", destacou Bush.
O líder voltou a afirmar que a situação de Al-Anbar se repete em outras localidades, como em Al-Qaim.
De acordo com o presidente americano, os líderes tribais da cidade, situada próxima à fronteira com a Síria, se rebelaram contra os terroristas e tomaram o poder na Prefeitura e na Polícia.
O Governo local da província de Ninawa, ao norte do Iraque, "também parece estar atuando, com a iniciativa de criar uma comissão para investigar a corrupção", disse Bush.
"À medida que a reconciliação avançar nas comunidades locais ao longo do Iraque, serão criadas as condições necessárias para a reconciliação em Bagdá", disse.
Acredita-se ainda que o relatório que o chefe das forças americanas no Iraque, general David Petraeus, apresentará no próximo mês, mostrará progressos militares desiguais nas diferentes partes do país, e destacará a ausência de reconciliação entre as distintas facções que se enfrentam na região.
Apesar da insistência de Bush nas conquistas em nível local, um relatório apresentado este mês ao Congresso por Stuart Bowen, inspetor especial para a reconstrução do Iraque, afirma que os esforços para reparar os danos materiais estão desacelerados por causa de problemas elétricos e de gestão, assim como pela corrupção.
Além destes problemas, as operações de recuperação do país árabe são prejudicadas pela pouca verba que o Governo central destina aos projetos, de acordo com o documento.
Outro estudo realizado por Bowen, e que foi divulgado em julho, mostra que o Governo iraquiano se negou a assumir o controle de mais de 2 mil projetos de reconstrução financiados pelos EUA desde junho de 2006.
Quanto à situação militar, Bush disse hoje que o Exército americano iniciou uma nova ofensiva para caçar "terroristas e extremistas" que fogem de Bagdá.
Segundo o presidente americano, "o objetivo é impedir que eles retornem à capital ou estabeleçam novas bases de atuação".