Pelo menos 61 pessoas morreram nesta quinta-feira no Iraque, 43 delas em uma série de atentados no final da tarde em Bagdá, num momento em que o presidente americano, George W. Bush, confirmou sua rejeição a qualquer retirada do Iraque.
"Pelo menos 43 pessoas morreram e 160 ficaram feridas em ataques utilizando um carro-bomba e disparos de foguetes contra vários bairros de Bagdá", disse uma fonte de segurança.
Um carro-bomba explodiu às 18h50 (11h50 de Brasília) perto de um mercado no bairro xiita Al-Amil. Posteriormente, seis foguetes caíram em diferentes partes da cidade: dois no bairro xiita de Sadr City; três em Bagdá Jedida e um em Qahera.
Mais cedo, quatro pessoas morreram assassinadas por homens armados em vários ataques em Bagdá e dois iraquianos morreram na explosão de um carro-bomba que feriu 11 pessoas.
Os ataques aconteceram, apesar do programa "Avante juntos", que incluiu o envio para Bagdá de cerca de 30.000 homens, americanos e iraquianos, para pôr fim à violência religiosa que deixou milhares de mortes na capital desde o início do mês. A violência tinha caído 46% desde o começo de agosto, de acordo com o Exército dos EUA, antes dos sangrentos atentados dos últimos dias.
No restante do país, nove civis morreram em vários ataques na região de Baaquba, na província de Diyala, 60 km ao norte de Bagdá, uma das mais perigosas do Iraque.
Um policial foi assassinado por homens armados em Ishaqi, 100 km ao norte de Bagdá, onde um soldado morreu e outro foi seqüestrado, quando dezenas de insurgentes atacaram uma patrulha.
Uma menina de 8 anos morreu e sua mãe ficou ferida, quando um atirador de elite da polícia disparou contra seu veículo, que transitava por uma rua proibida em Samarra, 110 km ao norte de Bagdá, segundo a polícia local.
No próximo sábado, o Exército iraquiano implementará um Estado-Maior interexércitos, que terá autoridade sobre os diferentes componentes do Exército de Terra, Marinha e a Força Aérea iraquianos, que representam um total de 115.000 homens, anunciou nesta quinta o ministro da Defesa. Até agora, as forças nacionais estavam subordinadas ao Estado-Maior americano.
Hoje, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki anunciou que as forças iraquianas vão assumir a responsabilidade pela segurança da província de Zi Qar (sul), em setembro.
Em meio à escalada de violência, o presidente George W. Bush advertiu que uma retirada precipitada do Iraque arruinaria a credibilidade dos Estados Unidos e contribuiria para criar uma base terrorista.
"Se formos embora do Iraque antes de o trabalho terminado, isso criará um Estado terrorista mais perigoso que o Afeganistão dos talibãs, um Estado terrorista com a capacidade de financiar suas atividades com as reservas de petróleo iranianas", acrescentou Bush.