O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, previu na quinta-feira um verão
sangrento para tropas norte-americanas e civis no Iraque, dizendo esperar que
insurgentes e a Al Qaeda ampliem seus ataques para tentar influenciar o debate
sobre até quando os EUA vão manter a ocupação militar.
Apesar do acréscimo de dezenas de milhares de soldados dos EUA e do Iraque,
como parte de uma ofensiva de segurança em Bagdá e outras áreas, a violência
prossegue.
Na quinta-feira, um militante suicida lançou um carro-bomba contra um cortejo
fúnebre em Falluja, a oeste da capital, matando 27 pessoas. Em Bagdá, homens
armados mataram todos os 11 ocupantes de um microônibus no bairro xiita de
Husseiniya, e depois colocaram bombas que explodiram à chegada da polícia,
matando mais duas pessoas.
Bush disse esperar "pesados combates nas semanas e meses" pela frente. "O que
eles vão tentar fazer é matar o máximo de inocentes que eles puderem para tentar
influenciar o debate aqui (nos EUA)", afirmou.
Questionado em entrevista coletiva na quinta-feira nos jardins da Casa Branca
sobre quanto tempo seria possível manter sua estratégia sem progressos
significativos, Bush lembrou que o comandante dos EUA no Iraque, general David
Petraeus, deve apresentar na segunda quinzena de setembro um relatório sobre os
efeitos da atual operação.
O secretário de Defesa Robert Gates disse posteriormente prever mais
violência nos próximos três meses devido ao que ele qualificou de "inimigo
inteligente, ágil e que pensa".
"Eles sabem o que está acontecendo neste país, e acho que deveríamos estar
preparados para que eles façam um enorme esforço para aumentar o nível de
violência em julho e agosto. Minha esperança é que prever isso nos permita
impedir."
As previsões de mais violência surgem num momento em que a avaliação dos
norte-americanos sobre a guerra nunca foi tão ruim, segundo pesquisa CBS
News/New York Times. Para 76 por cento dos entrevistados, a guerra está indo mal
ou muito mal para os EUA.
Só 20 por cento disseram que o recente aumento das tropas está tendo um
impacto positivo, e apenas 23 por cento aprovam a forma como Bush comanda a
guerra. Sua aprovação geral como presidente foi de 30 por cento.