Os grupos de camponeses aliados ao Governo de Evo Morales que mantêm bloqueados os acessos à cidade de Santa Cruz, núcleo da oposição autonomista boliviana, concordaram em intensificar os protestos e se aproximar da capital leste do país.
A decisão foi tomada apesar de os chamados "comitês cívicos", aliados do governador regional autonomista, Rubén Costas, já terem levantado as operações de estrada que tinha imposto, segundo disse à Agência Efe Juan Carlos Morales, representante do Comitê Cívico de Santa Cruz.
Mas os camponeses aliados do presidente consideram que os bloqueios não devem parar enquanto o Governo não recuperar o controle das instituições ocupadas nos últimos dias pelos comitês cívicos e colocadas sob o controle da Prefeitura.
Entre elas se encontram os escritórios de Alfândegas, o Instituto Nacional de Reforma Agrária, a sede da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), a Superintendência Florestal e até a estação de ônibus e trens conhecida como Bimodal.
Segundo disse à Efe uma porta-voz do governo local de Santa Cruz, nesta terça será anunciado o destino dessas instituições, isto é, se manterão a autonomia ou se serão devolvidas ao Governo central, como exigiu o Executivo de Evo Morales.
Os camponeses que mantêm obstruída a principal estrada entre Santa Cruz e a fronteira com o Brasil decidiram nesta segunda, em uma assembléia à qual a Efe assistiu em Cuatro Cañadas, intensificar seus bloqueios e se aproximar de Santa Cruz para pressionar pela devolução de todos os escritórios estaduais.
Nenhum dos presentes pediu a diminuição dos bloqueios, apesar dos prejuízos que causa aos habitantes do departamento -falta de gás para cozinhar e de verduras, principalmente.
Pelo contrário, a opinião unânime foi a de intensificá-los e de atacar Santa Cruz com as armas se fosse necessário.