O centrista François Bayrou, que as pesquisas colocam como o "terceiro homem" na disputa pela Presidência da França, prometeu hoje formar um Governo de "união nacional", caso seja eleito em 6 de maio.
Trata-se de "outro caminho", diferente ao da "guerra perpétua" entre a esquerda e a direita na França, e que levou ao "declive" e ao "empobrecimento" do país, disse Bayrou.
As últimas pesquisas indicam que Bayrou tem 17% das intenções de voto no primeiro turno das eleições presidenciais do próximo dia 22 de abril, mas que apenas 9% acreditam na sua vitória no segundo turno, em 6 de maio.
Os dois primeiros lugares são ocupados pelo conservador Nicolas Sarkozy e pela socialista Ségolène Royal.
Os dois representam 25% dos votos nas pesquisas, assinalou Bayrou, que perguntou se é possível reformar um país quando há o apoio de apenas um quarto da população.
Por sua parte, disse que tem "a determinação de quem quer mudar as coisas" e a "dura responsabilidade de propor outro caminho aos franceses".
"Não tenho a intenção de tomar o poder e usá-lo para mim e meus amigos. Não fecharei a porta aos que quiserem apoiar o Governo (que nomearia se for eleito presidente), seja da direita ou da esquerda", explicou.
O grande problema da França, assegurou, é o forte endividamento, que nos últimos 25 anos aumentou em 600%.
Para reduzi-lo, Bayrou se mostrou disposto a tomar "decisões impopulares", que deixarão de sê-lo uma vez que explicar aos franceses as "conseqüências dramáticas" que o endividamento tem para suas famílias e para seus empregos.
Por isso, pediu a Sarkozy e Royal que deixem de fazer promessas para as quais "não há dinheiro".
"Já não se ganha campanha eleitoral com promessas. Não há varinhas mágicas", assegurou.
Sobre a política externa, defendeu uma União Européia de "dois círculos": um no qual estejam os países que comercializam e fazem leis juntos, e outro no qual ficariam os que querem construir juntos a Europa política, para intervir no futuro do planeta.
Sobre a eventual adesão da Turquia ao bloco, Bayrou defendeu o estabelecimento de uma associação privilegiada.
Mostrou-se muito preocupado com a situação no Oriente Médio e as ameaças que a Guerra do Iraque, um "grave erro histórico", causou, especialmente nos "riscos de conflitos internos no Islã".
Em relação ao Irã, Bayrou aposta em uma postura "absolutamente líquida" contra o projeto nuclear e na pressão internacional em forma de sanções. No entanto, pediu prudência frente "aos ruídos de intervenção militar".