Pelo menos 52 pessoas morreram e outras 120 ficaram feridas em meio a um intenso combate entre insurgentes islâmicos e tropas etíopes de apoio ao governo na capital da Somália, Mogadiscio, disseram grupos de direitos humanos e funcionários de hospitais. Centenas de pessoas deixaram a região à pé ou apinhadas em caminhões, enquanto os hospitais estão lotados de feridos.
Os conflitos deste sábado elevam para pelos menos 165 o número de mortos nos últimos quatro dias e para mais de 299 o número de feridos, segundo o grupo de direitos humanos. É o pior dia de violência dos últimos anos, disse Ali Ahmed, presidente da Organização Elman de direitos humanos.
A agência de refugiados das Nações Unidas disse que 321 mil pessoas deixaram Mogadiscio desde fevereiro em conseqüência da escalada da violência. As rádios locais informaram que os insurgentes e os etíopes se enfrentaram nas ruas nos distritos do sul e norte da capital. Uma das estações de rádio, a HornAfrik, foi atingida por uma bomba e saiu do ar. Um repórter e um técnico ficaram feridos.
O embaixador dos EUA no Quênia, Michael Ranneberger, disse que o conflito não pode ser considerado um ato de insurgência islâmica - Rannenerger, cujo mandato também inclui a Somália, disse que a violência não é organizada ou conduzida por tribos rivais e que surgiu a partir de um movimento islâmico que faz ameaças no estilo iraquiano. "Nesse momento é uma violência oportunista, não estão organizados como um grupo insurgente".
O exército somali, com apoio do exército etíope, retirou o Conselho de Cortes Islâmicas de Mogadiscio e outras localidades em dezembro. Desde então, a capital da Somália tem vivido ondas de violência, as mais sangrentas a partir do final de março.
Rannenberger disse acreditar que a situação irá se acalmar, com os esforços do governo transitório em organizar uma conferência de reconciliação nacional confiável. A conferência já foi adiada por duas vezes, por causa da violência em Mogadiscio. A nova data foi marcada para meados de junho.