GUAYAQUIL - O presidente do Equador, Rafael Correa, proclamou sua "vitória esmagadora", neste domingo, no referendo de aprovação da nova Carta Magna promovida por seu governo, e convidou os opositores a avançar "juntos".
"A nova Constituição triunfou esmagadoramente. É um momento histórico que transcende em muito as pessoas (...)", declarou Correa, bastante eufórico, em discurso pronunciado em Guayaquil, reduto da direita.
"Faço um apelo pela unidade, aos que, de boa-fé, votaram no 'não' por questões ideológicas, não por interesses descarados, que utilizaram métodos democráticos, argumentos, respeitamos muitíssimo suas posições", afirmou o presidente, diante de dezenas de simpatizantes.
"Nós lhes estendemos a mão, que reconheçam sua derrota, e avancemos juntos na nova direção que a grande maioria do povo equatoriano, assim como toda a América Latina, estão apontando nesse momento: uma sociedade mais justa, muito mais eqüitativa, sem tantas desigualdades e miséria", declarou.
Correa também deu um puxão de orelhas nos críticos: "vamos ver se a nova Constituição (...) é abortista, centralista, hiperpresidencialista, que consagra uma ditadura. Vamos ver se tudo isso está certo, como denunciou a oposição, incluindo a Igreja Católica".
De forma insistente, convocou todos os setores a unirem suas forças para fazer o país avançar, mas sem ceder "nem um passo a mais para trás, nunca mais retroceder. Nunca deixaremos perder tudo o que avançamos, apenas olhar para o futuro".
"Avancemos juntos, mas pelo caminho da mudança, do futuro. É isso com que tanto sonhamos, pelo que lutamos, o que buscamos e, democraticamente, conseguimos", enfatizou o chefe de Estado após sua vitória, por dois a um, de acordo com as pesquisas de boca-de-urna de dois institutos privados.
Correa manifestou que o povo, "por esmagadora maioria e de forma absolutamente democrática", decidiu enterrar a Constituição promulgada em 1998, que ofereceu vantagens à "longa e triste noite neoliberal".
Segundo ele, graças ao povo "começa a se tornar realidade essa pátria altiva, soberana, digna, eqüitativa, justa, sem miséria, com produção, com emprego, sem discriminação, que buscamos por tanto tempo".