A nota "EUA pedem bloqueio a dinheiro norte-coreano em Macau" enviada anteriormente contém uma incorreção. Na quarta-feira, o Tesouro americano decidiu proibir as instituições financeiras dos EUA de manter relações comerciais com o Banco Delta Ásia. Os US$ 25 milhões em depósitos norte-coreanos em Macau já estavam bloqueados anteriormente. Segue o texto corrigido e atualizado:
A decisão de quarta-feira do Tesouro americano de proibir as instituições financeiras dos Estados Unidos de manter relações comerciais com o Banco Delta Ásia, de Macau, acusado de cumplicidade em lavagem de dinheiro em favor do governo norte-coreano, resultaram em interpretações divergentes entre os participantes das negociações multilaterais em torno do programa nuclear bélico da Coréia do Norte. O subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Hill, insistiu hoje em Pequim que a disputa com relação aos fundos norte-coreanos depositados em Macau está solucionada, o que removeria um obstáculo ao progresso do desmantelamento do programa nuclear bélico de Pyongyang.
Ao mesmo tempo, um jornal pró-Pyongyang elogiou hoje a decisão americana. "Pode-se chamar isso de um indício muito positivo por meio do qual os Estados Unidos demonstram seu desejo de seguir adiante" na implementação dos termos do acordo multilateral fechado em Pequim em 13 de fevereiro", escreveu o jornal
Choson Sinbo, com sede no Japão. O periódico é ligado a uma associação de norte-coreanos no Japão com relações estreitas com Pyongyang e normalmente seus artigos refletem posição oficial da Coréia do Norte.
A Coréia do Norte ainda não se manifestou publicamente sobre a determinação de quarta-feira do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos para que nenhuma instituição financeira americana mantenha relações comerciais com o pequeno Banco Delta Ásia.
DivergênciaA interpretação divulgada hoje por Hill, representante americano nas negociações multilaterais em torno do programa nuclear da Coréia do Norte, e pelo jornal pró-Pyongyang difere da repercussão do assunto com autoridades chinesas e representantes da Organização das Nações Unidas (ONU). Ontem, a China lamentou "profundamente" a decisão americana e o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, alertou que a disputa pelos fundos da Coréia do Norte poderia colocar em risco os esforços internacionais para persuadi-la a abandonar suas armas nucleares.
O Banco Delta Ásia figura numa lista negra do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos desde setembro de 2005, o que resultou no congelamento de cerca de US$ 25 milhões em depósitos norte-coreanos. A Coréia do Norte boicotou as negociações multilaterais durante mais de um ano por causa do congelamento dos fundos. Mas Pyongyang aceitou seguir adiante nas negociações depois de Washington ter prometido solucionar a questão.
Hoje, em Pequim, Hill disse não ter dúvidas de que o assunto está resolvido. "Creio que eles queriam garantias de que a questão envolvendo o Banco Delta Ásia está resolvida e podemos dar a eles garantias quanto a isso", disse Hill a jornalistas.
Amanhã, um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA viajará a Macau para notificar as autoridades locais sobre as conclusões americanas. Acredita-se que isso poderá levar o governo de Macau a descongelar parte do dinheiro norte-coreano. Por sua vez, a direção do Banco Delta Ásia anunciou que pretende recorrer. O banco nega que "soubesse ou suspeitasse" que seus clientes norte-coreanos estariam engajados em práticas de lavagem de dinheiro.