As autoridades eleitorais do México disseram que legalmente não podem preservar os votos da disputada eleição de 2 de julho e a presidência informou hoje que não tentará modificar a lei para que as cédulas não sejam incineradas.
O presidente eleito Felipe Calderón e o segundo colocado na disputa, Andrés Manuel López Obrador, solicitaram ao Instituto Federal Eleitoral a preservação dos cerca de 41,6 milhões de votos depositados nas urnas no dia das eleições. Calderón alegou que tal atitude ajudaria a dissipar dúvidas sobre a sua apertada vitória, enquanto que seu rival afirmou que provaria que houve fraude.
No entanto, em uma carta-resposta enviada no sábado a Calderón, o presidente do instituto eleitoral, Luis Carlos Ugalde, disse que uma lei de 1990 claramente estabelece que uma vez decidida a eleição, seus materiais devem ser incinerados.
O porta-voz da presidência, Rubén Aguilar, disse à imprensa que o governo, "de modo algum", planeja propor novas reformas para salvar os votos. Calderón foi declarado vencedor da eleição com menos de 0,6 ponto porcentual depois que o Tribunal Eleitoral Federal rechaçou um pedido de López Obrador para que os votos fossem recontados. O pedido de Calderón para que o instituto eleitoral não queimasse os votos marcou uma das poucas ocasiões em que ele e López Obrador estiveram de acordo em algum assunto.