Os Estados Unidos disseram na sexta-feira que vão tentar demover a Rússia de vender 24 caças ao governo venezuelano do presidente Hugo Chávez, que Washington considera ser uma ameaça à democracia latino-americana.
Os EUA já proíbem a venda dos seus próprios equipamentos militares à Venezuela e tentam evitar que Espanha e Brasil vendam aviões e navios de guerra ao país, que é um dos principais fornecedores de petróleo para os norte-americanos.
Chávez, dono de aguda retórica antiamericana, disse na quarta-feira que vai comprar 24 jatos russos Sukohi para substituir os F-16 norte-americanos, para os quais Caracas não consegue comprar peças de reposição por causa do embargo declarado pelos EUA.
"Certamente estaremos em contato com o governo russo, que seria o potencial fornecedor desses caças", disse Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado, a jornalistas em Washington.
"Acho que pediremos a eles que examinem novamente as vendas potenciais que eles têm, levando em conta quais são as verdades necessidades de defesa da Venezuela", afirmou.
Chávez acusa os EUA de tramarem sua queda e ordenou a realização de exercícios com militares e civis para uma eventual invasão norte-americana. Washington diz que Chávez usa a cartada da invasão para acirrar os ânimos nacionalistas dos seus seguidores para as eleições de dezembro.
O presidente afirma que as aquisições bélicas são necessárias para substituir equipamentos antigos, combater o narcotráfico e patrulhar fronteiras.
Os EUA proibiram em maio a venda de material militar a Caracas devido à aliança de Chávez com o regime comunista de Cuba e com a República Islâmica do Irã, além de uma suposta conivência com a guerrilha marxista colombiana Farc.
A Venezuela já comprou 100 mil rifles Kalashnikov e helicópteros militares russos. Com ajuda de Moscou, o governo Chávez pretende construir perto de Caracas uma fábrica de rifles e munições.
"Eles já compraram 100 mil rifles de assalto AK103 da Rússia. Por isso, não tenho muita certeza de qual seria a utilidade de uma fábrica", disse McCormack. "Certamente, isso desperta questões sobre suas verdadeiras intenções."