O comandante do Exército americano no Iraque, general David Petraeus, disse hoje que não há uma solução militar possível para resolver o problema da violência no país e é necessário que haja ação política e uma reconciliação com alguns grupos militantes. "A ação militar é necessária para ajudar a melhorar a segurança, mas não é suficiente", disse Petraeus, em sua primeira entrevista coletiva em Bagdá desde que assumiu o cargo, no mês passado.
Para o general, o progresso político depende de um amplo debate e da reconciliação com "alguns dos que sentem que não há lugar para eles no novo Iraque". Petraus afirmou que cabe ao governo de Nouri al-Maliki identificar aqueles grupos que seriam "reconciliáveis".
O comandante do Exército dos EUA no Iraque disse também que não vê uma necessidade imediata de solicitar o envio de mais tropas americanas ao país. Petraeus disse que, após conversar com seus subordinados diretos, concluiu que há soldados suficientes para a atual missão. "No momento não vemos outros pedidos surgindo", disse o general. "Não quero dizer que alguma missão ou trabalho que surgir não vá precisar disso, e se precisar, aí sim vamos pedir."
O general americano Raymond Odierno, um dos subordinados de Petraeus, havia recomendado anteriormente que os 21.500 soldados que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pretende enviar ao Iraque permaneçam no país árabe até fevereiro de 2008. Questionado sobre as declarações de Odierno, Petraeus alegou não ter tomado nenhuma decisão acerca do tempo de permanência das tropas adicionais.
Policiais militaresApesar das declarações de Petraeus, o Pentágono aprovou ontem o envio de mais 2.200 policiais militares ao Iraque, segundo o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. De acordo com ele, os policiais devem se unir a 21.500 soldados que serão enviados ao país como parte da nova estratégia de Bush. "Essa foi uma nova solicitação, de um novo comandante", disse Gates, referindo-se ao pedido feito por Petraeus.
Nesta semana, o subsecretário de Defesa dos EUA Gordon England havia dito ao Congresso que o número de soldados solicitados pelos comandantes americanos em Bagdá poderia chegar a 7 mil. Atualmente, cerca de 135 mil soldados americanos atuam no Iraque.