O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, defendeu hoje um plano que prevê o diálogo com o partido basco Batasuna e destacou que a conversação teria apenas o objetivo de pedir ao ETA para que renuncie à violência e não o de oferecer qualquer concessão política.
O Partido Socialista de Euskadi (o braço basco do Partido Socialista ao qual pertence Zapatero) disse ontem à noite que dialogará com o Batasuna assim que Zapatero anunciar oficialmente ao parlamento a data de seus contatos com o grupo armado basco, o que deverá ocorrer dentro de poucos dias.
Zapatero disse hoje a jornalistas que não mudou sua política em relação ao Batasuna, que foi proscrito pelo Tribunal Supremo em 2003 por ter sido considerado o braço político do ETA. O líder espanhol afirmou que simplesmente deseja que o partido compreenda que deve renunciar à violência para que volte a participar da política nacional. "Não se trata de nenhum diálogo nem negociação política de qualquer tipo. Trata-se de exigir os requisitos e os princípios democráticos", disse Zapatero.
O político socialista pediu ao líder do opositor Partido Popular, Mariano Rajoy, para que reconsidere sua ameaça de retirar seu apoio ao governo no processo de paz caso os socialistas dialoguem com o Batasuna. Horas antes, a primeira-vice-presidente María Teresa Fernández de la Vega afirmara que o diálogo com o Batasuna não ocorreria em breve, não incluiria concessões políticas e teria como objetivo a reincorporação do partido na vida política legal.
O ETA é acusado de ter assassinado cerca de mil pessoas desde que levantou armas, em 1968, para criar um Estado basco independente.