A popularidade do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, despencou depois do conflito com o Hezbollah e ele seria esmagado pela direita se as eleições ocorressem hoje, revelou uma pesquisa publicada hoje. O próximo processo eleitoral em Israel está previsto para 2010. Entretanto, uma eventual queda do governo Olmert poderia provocar a antecipação do pleito por causa da indignação do público com a performance do país na guerra.
Um cessar-fogo paralisou o conflito no último dia 14. Mais de mil pessoas morreram, sendo pelo menos 854 no Líbano (civis em sua maioria) e 159 em Israel (soldados em sua maioria). Olmert tem enfrentado cada vez mais pressão para renunciar ou pelo menos ordenar uma profunda investigação sobre as ações de Israel na guerra.
Olmert concordou em princípio com a abertura de um inquérito, mas ainda não se decidiu com relação à amplitude dessa investigação. Enquanto isso, os protestos contra seu governo aumentam em quantidade e tamanho. Hoje, centenas de manifestantes reuniram-se no local onde está sepultada a ex-primeira-ministra Golda Meir, que renunciou ao governo israelense em abril de 1974, meses depois da Guerra do Yom Kippur, travada no ano anterior.
Alifaz Bailoa, que perdeu o filho Nadav na guerra, gostaria que Olmert seguisse o exemplo de Golda Meir. "Estou triste não apenas por nossa derrota, mas por toda uma nação que perdeu o rumo e por seus líderes, que não assumem a responsabilidade de dizer que erraram e devem renunciar", exigiu.
O oposicionista Benjamin Netanyahu, líder do conservador Partido Likud, arrasado nas eleições de cinco meses atrás, emerge agora como o político mais popular de Israel, segundo uma pesquisa do instituto Dahaf. Se as eleições fossem hoje, o Likud seria o partido mais forte, com 20 cadeiras. O centrista Kadima, de Olmert, cairia de 29 para 17 e os trabalhistas, que compõem a coalizão de governo despencariam de 19 para 11.
Os partidos nacionalistas e religiosos de direita comporiam o maior bloco do Parlamento, mas não contariam com uma maioria clara por causa do grande número de indecisos, constatou a sondagem.
Diante de uma eventual escolha entre Netanyahu e Olmert, 45% dos entrevistados disseram preferir o líder do Likud e 24% disseram que optariam por Olmert. Ao mesmo tempo, 63% dos entrevistados disseram que querem a renúncia do primeiro-ministro. Para compor a pesquisa, os pesquisadores Dahaf entrevistaram 499 pessoas. A margem de erro é de 4,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.