O FBI investiga uma briga registrada no fim de semana passado em uma universidade na Carolina do Norte, onde um grupo de estudantes teria dado uma surra em três palestinos, chamando-os de "terroristas".
Cinco estudantes foram detidos pelo incidente esta semana (três na segunda-feira e dois na quinta), enquanto uma organização árabe-americana denunciou o caso como um crime racista e os pais dos detidos pediram à imprensa que não julgue seus filhos por um episódio ainda não esclarecido.
O FBI já investiga o caso, disse nesta sexta-feira em uma coletiva de imprensa o advogado dos palestinos, Seth Cohen.
"O FBI investiga se isso foi um crime racista", afirmou. Segundo ele, os jovens foram "atacados por um grupo de indivíduos, foi um ataque não provocado. São vítimas, são vítimas inocentes".
Os rapazes palestinos foram identificados como Osama Sabbah, de 19 anos, Omar Awartani, de 20, ambos de Ramallah, e Faris Khader, de 18, de Jerusalém.
O incidente ocorreu no sábado passado de madrugada, em Guilford College, uma pequena universidade em Greensboro (ao oeste da capital, Raleigh), quando os palestinos revidaram a surra de uma dúzia ou até 30 estudantes (segundo as diferentes versões), que teriam lhes dado socos e pontapés.
"As supostas vítimas também contaram que estes indivíduos lhes fizeram insultos racistas, enquanto os atacavam", relatou a Polícia de Greensboro.
Entre os xingamentos, foram usadas palavras como "terroristas" e "sandniggers" (um duro insulto que pode se traduzir como "negros do deserto").
"Os três ficaram gravemente feridos. Osama teve uma contusão e dano nervoso em um dedo, Faris também teve uma contusão e o nariz fraturado, e Omar sofreu uma contusão, teve a mandíbula fraturada e, possivelmente, problemas nas costas", disse Cohen, acrescentando que o trio está muito assustado e sozinho no país.
Em nota, a universidade afirmou que alguns dos envolvidos estavam sob efeito do álcool.
As circunstâncias da agressão ainda não estão claras.
Em um comunicado à imprensa, divulgado hoje, o Instituto Árabe-Americano, com sede em Washington DC, expressou que "isso é simplesmente um crime racista e deve ser tratado em nível federal", defendeu o presidente do grupo, James Zogby.
"Deve-se reconhecer em nível nacional que o efeito de estereótipos negativos de árabes e muçulmanos criou um ambiente perigoso, no qual podem acontecer incidentes como este", frisou Zogby.