Foram divulgadas novas provas de sobrevivência de sete militares que desde 1997 encontram-se seqüestrados por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As evidências chegaram ao país latino ontem por meio da rede de TV árabe Al Jazeera. Um dos seqüestrados seria Pablo Emílio Moncayo, suboficial do exército mantido em cativeiro há quase dez anos. Ele foi capturado em uma ação de guerrilha ocorrida em Patascoy, sul do país, quando morreram 22 soldados e outros 18 foram para o cativeiro das Farc.
Seu pai, Gustavo, que realiza uma marcha de 580 quilômetros a pé desde Sandoná, no sul, até Bogotá, para pressionar o governo a negociar com os guerrilheiros, comentou à emissora de TV Caracol que o vídeo da Al Jazeera mostra que seu filho está "demasiadamente fraco". Segundo o noticiário da Caracol, o vídeo foi gravado há cerca de um mês, em um local situado nas selvas do sul do país. Na gravação, o suboficial do exército dirige-se ao presidente Alvaro Uribe, exortando-o a abrir "uma frente de diálogo com as Farc".
Outro militar cuja sobrevivência foi comprovada pelo vídeo é o soldado Giovanni Dominguez Castro, que afirmou ter mantido contatos com a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt. Ele também teve contato com Clara Rojas, ex-assessora de Betancourt, que há três anos, no cativeiro, deu à luz o menino Emmanuel, filho de um guerrilheiro. Os outros seqüestrados que aparecem no vídeo são o capitão de polícia Edgar Duarte e o tenente Elkin Hernández, seqüestrados em outubro de 1998, o suboficial Luiz Erazo e o intendente Alvaro Moreno, cativos desde 1999, e o cabo Emílio Martinez.
No Uruguai, o Senado aprovou hoje uma moção que condena o assassinato de 11 deputados colombianos que estavam no cativeiro das Farc. A moção foi aprovada por unanimidade. Na Bélgica, a União Européia também condenou o assassinato dos parlamentares. O governo português, que atualmente ocupa a presidência rotativa do bloco, informou que as 27 nações membros "deploram e condenam veementemente" as mortes dos legisladores, que desde 2002 encontravam-se em poder das Farc.