Londres - O embaixador francês nas Nações Unidas, Gerard Araud, declarou nesta sexta-feira, 18, à TV britânica BBC que a intervenção militar na Líbia deve começar "horas após" a reunião internacional em Paris, no sábado.
"Teremos uma cúpula em Paris com todos os participantes importantes nas operações e nos esforços diplomáticos" envolvendo a Líbia. "Acredito que será um bom momento para enviar um último aviso".
"Estados Unidos, Grã-Bretanha e França lançaram um ultimato sobre o cessar-fogo (...) e fixamos as condições. Por isto acredito que a cúpula, nas próximas horas, deflagará uma intervenção militar", concluiu Araud.
França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e países árabes exigiram nesta
sexta que o líder líbio, Muammar Gaddafi, impedisse o avanço de
suas tropas e voltasse a fornecer água e energia elétrica às cidades que
tiveram o fornecimento interrompido.
Em
comunicado divulgado pelo gabinete do presidente francês, Nicolas
Sarkozy, em nome das partes envolvidas, os países também disseram que as
forças líbias deverão interromper o avanço em direção a Benghazi e se
retirar de outras três cidades: Misrata, Zawiyah e Ajdabiya.
Cessar-fogo - O vice-chanceler da Líbia, Khaled Kaim, anunciou nesta sexta que a
presença das forças pró-Kadafi próximo a Benghazi não viola o
cessar-fogo imposto pela ONU. Kaim negou informações de que os
bombardeios teriam continuado após a trégua e garantiu que o governo não
tem planos de atacar o maior reduto rebelde, no norte do país.
"Quanto à presença do Exército nas cidades líbias, consideramos isso
importante para a segurança dos cidadãos. Não viola o cessar-fogo",
garantiu a repórteres o vice-chanceler, Khaled Kaim.
"O cessar-fogo significa nenhuma operação militar, pequena ou grande. O
outro ponto é que as forças armadas estão agora fora de Benghazi e não
têm intenção de entrar na cidade."
Kaim afirmou que desde o anúncio do cessar-fogo, na manhã de sexta, as forças do governo não realizaram nenhuma ação militar.
"Não tivemos bombardeios de quaisquer tipos desde que o cessar-fogo foi
declarado", disse ele quando questionado sobre notícias de operações das
tropas leais ao líder líbio, Muammar Gaddafi, em Misrata e outras
partes do país.
Ataque - Os insurgentes líbios afirmaram nesta sexta que as tropas de Muammar
Kadafi seguem em direção a Benghazi e chegaram a 50 quilômetros do
reduto rebelde.
Um correspondente da emissora "Al Jazeera" assegurou que em
Ajdabiya, a 160 quilômetros de Benghazi se produziu nesta noite um forte
bombardeio, embora não especificou se foi das Forças de artilharia,
tanques ou de outro tipo.
A direção militar dos
rebeldes pediu a suas tropas em comunicado, divulgado por sua rádio
oficial, a dirigir-se em direção a cidade de Al Malgrun, a 50
quilômetros ao sul de Benghazi para "bloquear as Forças de Kadafi" e
afirmou que estas avançam para rumo a segunda maior cidade Líbia e
capital do leste do país.
"Chamamos os soldados e oficiais a
tomar as armas e a comparecer rapidamente a Al Magrun para defender a
entrada de Benghazi", disse o comando militar insurgente.