Gays e lésbicas chineses foram às ruas neste sábado esperando que o “Valentine's Day ”, equivalente ao Dia dos Namorados, os ajude a obter apoio para o casamento do mesmo sexo na conservadora sociedade do país.
Trinta pessoas se juntaram em uma rua na capital chinesa próxima à Praça Tiananmen e à imagem de Mao Tsé-Tung para tirar fotografias de falsos casamentos. Eles lançavam suspiros, sorrisos e ocasionalmente olhares zangados contra os transeuntes. Os organizadores disseram que eventos do tipo ocorreram em outras três cidades.
O objetivo dos participantes é ganhar mais aceitação em uma nação que há tempos vem desaprovando manifestações abertas de sexualidade. Os participantes distribuíram rosas e uma papeleta rosa, pedindo apoio para o casamento do mesmo sexo.
A polícia não interferiu na manifestação. O casamento do mesmo sexo é proibido na China, onde, para muitos, a homossexualidade é repugnante ou desconhecida. “Muitas pessoas ao meu redor não veem a comunidade gay, elas nem mesmo sabem que há muitos de nós por aí. Eles pensam que somos muito sedutores e estranhos”, afirmou um dos participantes, um estudante que usou o nome de Dana.“Através do evento de hoje eu quero dizer a todos que há muitos de nós ao redor de vocês, que simplesmente não conseguem nos enxergar, e que nós somos iguais a todos”, afirmou.
Com as atitudes oficiais se tornando mais amenas, cidades como Pequim e Xangai agora testemunham cenas gays ainda tímidas, mas crescentes. Uma espectadora, a estudante de 19 anos Cheng Xiaojiao, disse que o evento era um gesto corajoso. “Não vejo problema. Já tenho vários amigos e conhecidos como eles. Não deveríamos julgá-los. Cada um tem a sua própria vida”, disse.Mas Jia Junfeng, uma funcionária do judiciário, afirmou. “Eu pessoalmente não apoio esse tipo de casamento, pois creio que esteja em conflito com a moralidade chinesa.”