O governo de Uganda e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA, sigla em inglês) assinaram neste sábado um acordo determinando o fim das hostilidades, com o objetivo de encerrar 18 anos de guerra civil no norte do país.
A trégua entrará em vigor às 6h (hora local) da próxima terça-feira. Ela foi assinada hoje pelo chefe da representação do governo - o ministro do Interior, Ruhakana Rugunda - e o chefe da delegação do LRA, Martin Ojur, em Juba, capital do sul do Sudão, onde acontecem as negociações de paz entre as partes, mediadas pelo governo dessa região sudanesa.
Em 4 de agosto, o LRA declarou um cessar-fogo unilateral, exigindo do governo ugandense que fizesse o mesmo, o que as autoridades se recusavam a fazer até este sábado.
Na quarta-feira, o Exército ugandense acusou o LRA de violar seu próprio cessar-fogo, ao atacar na véspera uma ambulância de missionários no norte do país, o que foi imediatamente negado pelo grupo.
O Exército nacional disse ainda ter matado vários membros do LRA nas últimas semanas, incluindo seu número três, Raska Lukwiya, contra quem pesava um mandado de prisão emitido no início de outubro de 2005 pela Corte Penal Internacional (CPI), assim como outros quatro comandantes rebeldes, entre eles seus chefe Joseph Kony e seu número dois Vincent Otti, que se recusavam até agora ir a Juba para participar das negociações.
O LRA luta contra o Exército ugandense há 18 anos. O grupo é conhecido por suas atrocidades cometidas contra os civis, sobretudo as crianças, seqüestradas para serem transformadas em soldados ou escravas sexuais.
O conflito já deixou milhares de mortos e provocou o deslocamento de cerca de dois milhões de pessoas.