O governo espanhol realizou uma primeira rodada de negociações com o ETA, e o grupo separatista basco não fez nenhuma menção de que poderia pôr um fim à trégua unilateral anunciada em março, informaram hoje jornais bascos.
As conversações ocorreram na última quinta-feira em um país europeu não especificado, segundo
El Diário Vasco e o
Correo. Entretanto, em conferência de imprensa convocada em torno do tema, o ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, se recusou a confirmar ou negar as informações.
As notícias foram veiculadas em meio a versões de que o ETA poderia pôr um fim ao cessar-fogo em protesto contra o que considera falta de ação do governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero nas negociações de paz.
Rubalcaba afirmou que se existisse algo de novo ou importante em relação à trégua do ETA, o governo informaria em primeira mão os partidos de oposição, tal como havia prometido anteriormente.
O ministro explicou que o processo se encontra em sua etapa preliminar e que não havia nada que fosse relevante para informar aos grupos parlamentares de oposição.
O governo atribui ao ETA mais de 800 assassinatos desde que, no final da década de 1960, em plena ditadura do general Francisco Franco, lançou uma campanha por um Estado basco independente. Em 22 de março deste ano, o grupo anunciou um cessar-fogo "permanente".
No entanto, na última quinta-feira, Arnaldo Otegui, líder do proscrito partido independentista Batasuna, afirmou que o processo de paz era "inviável", sugerindo que o ETA poderia retornar à luta armada.
Zapatero já informou que seu governo se propõe a conversar com o ETA, mas ainda não fixou uma data para o início das conversações.