Autoridades britânicas autorizaram hoje, em princípio, a realização de pesquisas com óvulos de animais para gerar células-tronco humanas. A Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana decidiu permitir a pesquisa, que envolve injetar DNA humano em óvulos de animais sem material genético. A porta-voz da entidade, Paula Woodward, disse que as pesquisas serão analisadas caso a caso.
Especialistas argumentam que pesquisas com células-tronco são essenciais para a busca por tratamentos para doenças genéticas como os males de Alzheimer e Parkinson. Os cientistas pediram autorização para utilizar óvulos de animais porque a disponibilidade de óvulos humanos para tal finalidade é limitada.
A pesquisa, porém, levanta preocupações éticas. O uso de células animais provoca preocupação entre o público em geral. Por sua vez, os defensores do direito à vida temem que tais pesquisas levem ao desenvolvimento de bebês geneticamente modificados, apesar de os estudos permitirem o desenvolvimento dos óvulos por apenas alguns dias.
A pesquisa prevê a retirada do óvulo de uma vaca ou de um coelho, a remoção do DNA animal e a injeção de material genético humano. O óvulo é então induzido a se dividir, transformando-se num embrião em estágio bastante inicial do qual seria possível extrair células-tronco.
Os cientistas asseguram que se trataria de um embrião humano desenvolvido num óvulo no qual haveria uma diminuta quantidade de material genético animal. O óculo resultante do processo teria 13 genes animais e de 20.000 a 25.000 humanos.