O Hezbollah libanês capturou nesta quarta-feira dois soldados israelenses e outros oito foram mortos durante uma operação destinada a libertar libaneses detidos em Israel, que revidou com uma série de ataques aéreos ao sul de Beirute.
O exército israelense anunciou ter perdido oito soldados nesta quarta-feira no Líbano: três num ataque do Hezbollah, quatro na explosão de um tanque que entrou no Líbano para resgatar os dois militares capturados e um oitavo que participava da operação para recuperar esses corpos.
O exército israelense disse ter matado um militante do Hezbollah.
"Uma coisa tem de ser compreendida: é um ato de guerra gratuito contra o território soberano (...) do Estado de Israel", afirmou Olmert. "O governo libanês é responsável. O Líbano pagará esse preço", ameaçou.
O governo israelense autorizou as ações militares no Líbano durante uma reunião de emergência na noite desta quarta-feira.
Anteriormente, seis mil reservistas já haviam sido mobilizados e estavam prontos para serem deslocados para a fronteira.
O Líbano pediu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU para examinar "a agressão israelense". O ministro da Informação, Ghazi Aridi, sublinhou que o governo não estava "a par" da operação do Hezbollah e "não poderia ser responsabilizado".
Segundo a polícia libanesa, os dois soldados foram capturados em território libanês, enquanto que a televisão israelense indicou que eles haviam sido capturados em território israelense.
Depois do ataque do Hezbollah, o exército israelense lançou uma operação sem precedentes desde sua retirada do sul do Líbano em 2000. Israel já está envolvido numa ofensiva na Faixa de Gaza à procura de um soldado capturado.
Dois civis libaneses foram mortos e 24 ficaram feridos, entre eles quatro jornalistas, em cerca de 40 ataques aéreos e de bombardeios da artilharia israelense a pontes do sul do Líbano e perto de Beirute, incluindo uma central elétrica e posições do Hezbollah, segundo a polícia. Além disso, a marinha israelense atirou sobre as estradas.
O cerco começou pela manhã, com a queda, no norte de Israel, de dezenas de Katioucha e de obuses de morteiro atirados a partir do Líbano, deixando três feridos, segundo o exército israelense.
Israel revidou bombardeando com artilharia Aïta al-Chaab e localidades libanesas fronteiriças. Em seguida, o Hezbollah bombardeou as posições israelenses no setor fronteiriço ocupado pelas Fazendas de Chebaa.
Em outubro de 2000, o Hezbollah havia capturado três soldados israelenses nas Fazendas de Shebaa. Seus corpos foram trocados em janeiro de 2004 por detidos libaneses e árabes em Israel.
Enquanto isto, pelo menos 23 palestinos, nove deles membros da mesma família, morreram nesta quarta-feira em diversos ataques de aviões e tanques israelenses na Faixa de Gaza, onde as tropas do Estado hebraico realizaram novas incursões.
Um F-16 bombardeou e transformou num monte de ruínas a casa de um membro do movimento islâmico Hamas, Nabil Abu Salmiyah, no bairro Sheik Radwan, na periferia de Gaza.
O chefe da família, sua esposa, cinco de seus filhos e outros dois familiares morreram neste ataque. Os corpos de três das filhas, de menos de dez anos, foram encontrados entre as ruínas da casa depois do meio-dia.
Além disso, cerca de 30 pessoas ficaram feridas no bombardeio, que também destruiu parcialmente várias casas próximas, comprovou a AFP.
Mohammed Deif, líder das brigadas Ezzedin Al Qassam, braço armado do Hamas, ficou ferido no ataque e foi operado no hospital Shifa de Gaza, mas sua vida não corre perigo.
No total, mais de 70 palestinos morreram desde que o exército israelense lançou uma ofensiva terrestre contra Gaza há uma semana com o objetivo de interromper o lançamento dos foguetes Al Qassam em direção a seu território e libertar o soldado seqüestrado.