O candidato nacionalista à Presidência do Peru, Ollanta Humala, alertou nesta quarta-feira seus partidários sobre uma possível fraude no segundo turno eleitoral de 4 de junho, mas não mostrou provas.
Humala, um militar aposentado e temido pelos investidores devido aos planos de nacionalizar a economia, ganhou no primeiro turno de 9 de abril, mas sem os votos necessários para evitar competir com o ex-presidente social-democrata Alan García em uma votação decisiva.
Segundo as últimas pesquisas divulgadas entre domingo e segunda-feira, García, cujo governo entre 1985 e 1990 terminou em aguda crise econômica, ficaria a frente de Humala no segundo turno com 56 a 58 por cento dos votos.
"Estamos alertando nossa militância de que há uma possibilidade de que se cometa uma fraude", disse Humala em entrevista à emissora de rádio local CPN.
O líder nacionalista afirmou esperar reunir provas para fazer a denúncia às autoridades competentes e mencionou como exemplo a acusação que fez a dirigente conservadora Lourdes Flores, alegando que perdeu o primeiro turno em abril "na mesa" e não nas urnas.
"Digo a vocês, senhores: há a possibilidade de que haja uma fraude e temos que pôr delegados para que não nos roubem votos na mesa", afirmou Humala.
"É preciso estar alerta porque estamos competindo com uma pessoa que todos sabemos que é o candidato do senhor (presidente Alejandro) Toledo", acrescentou.
No começo de maio, Toledo mostrou sinais de apoio a García, ao declarar que a eleição será uma competição entre "a democracia e o autoritarismo" e confessar que estava se "metendo no coração do Apra", o partido do ex-presidente.
Na semana passada, Humala acusou García de ser o candidato do ex-chefe de inteligencia Vladimiro Montesinos, que disse que o militar aposentado apoiou a reeleição do ex-presidente Alberto Fujimori, atualmente em meio a um processo de extradição no Chile.
Humala, que tem apoio do presidente venezuelano Hugo Chávez, encabeçou uma fracassada rebelião contra Fujimori em 2000, quando o governo era afetado por um grande escândalo de corrupção.