Três americanos de origem iraniana, entre eles a acadêmica Haleh Esfandiari, foram oficialmente acusados hoje de ameaçar a segurança nacional e espionagem, informou um porta-voz do Judiciário, Alireza Jamshidi. As acusações foram apresentadas um dia após os EUA e o Irã manterem uma conversação de mais alto nível em quase 30 anos.
Sob a lei islâmica, a Sharia, as acusações podem levar à pena de morte. O marido da acadêmica americana - diretora do Programa para o Oriente Médio no Woodrow Wilson Center for Scholars, de Washington -, Shaul Bakhash, disse que as acusações contra sua mulher ?são totalmente sem fundamento?. Os outros dois acusados são o cientista social Kian Tajbakhsh, consultor do Open Society Institute da Fundação George Soros, e o jornalista Parnaz Azima, que trabalha para a Radio Farda, fundada pelos EUA.
Esfandiari, que havia viajado ao Irã para visitar a mãe, está detida desde o início de maio. Tajbakhsh, que também trabalha para o Banco Mundial, foi detido em 11 de maio e Azijma foi preso, libertado e depois impedido de deixar o Irã.
Teerã acusa Washington de usar intelectuais e outros dentro do país para minar a República Islâmica por meio do que qualificou como ?uma revolução de veludo?. Os EUA negaram a acusação. Na semana passada, o Irã anunciou ter descoberto uma rede de espiões organizada pelos EUA e seus aliados ocidentais.
As tensões entre os EUA e o Irã têm aumentado por causa da recusa de Teerã de suspender seu programa de enriquecimento de urânio (que poderia fabricar combustível para uma bomba nuclear) e as alegações dos EUA de que os iranianos estão apoiando grupos armados no Iraque.