O Irã afirmou no domingo que vai manter seu trabalho de pesquisa e desenvolvimento nuclear depois que o país ampliou sua capacidade de enriquecer urânio, a parte do programa atômico iraniano que mais preocupa o Ocidente.
O Irã deu início na semana passada a uma segunda rede de 164 centrífugas, que podem ser usadas para enriquecer urânio para produzir combustível usado em usinas nucleares ou material para bombas.
Teerã insiste que quer apenas produzir eletricidade, mas o Ocidente acredita que o país tem objetivos militares.
"O Irã vai continuar com suas atividades de pesquisa e desenvolvimento, conforme prevê o TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear)", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mohammad Ali Hosseini, em uma entrevista semanal à imprensa.
Ele disse que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visitaram o Irã na semana passada e relataram ao chefe da organização, Mohammed ElBaradei, que houve progresso na segunda rede de centrífugas.
"Isso (o início da segunda cascata) não é um evento especial. É a continuação de nossas atividades legais sob supervisão da agência", disse Hosseini.
Um esboço de resolução com sanções foi elaborado por países europeus depois que o Irã não cumpriu um prazo do Conselho de Segurança da ONU para interromper o enriquecimento, mas a Rússia, que tem poder de veto no conselho, mostrou receio com a proposta.